1935 – O centenário da Revolução Farroupilha
PORTO ALEGRE 250 ANOS
1935 – O centenário da Revolução Farroupilha – História
No ano de 1935 a Porto Alegre dos imperiais, que resistiu à invasão farroupilha, celebrou o centenário do levante dos farrapos. Como todas as efemérides centenárias de data redonda (fora algumas exceções, quando alguns oportunistas tentam se apropriar daquilo que é comum a todos), foi uma ocasião de efusivas comemorações.
O Centenário Farroupilha, como acontecimento histórico, pode ser visto na ótica cristã-criacionista, que procura em tudo um único marco inicial (o Deus criador). Ou no esquema do evolucionismo-difusionista, que vê as coisas como um contínuo linear de causas e conseqüências, com um único foco irradiador. Nestes dois esquemas interpretativos, o Centenário Farroupilha poderia ser visto, então, como o fato gerador do futuro MTG (anos 1950). E uma terceira, dentro do que poderíamos chamar de causação circular. Uma coisa sendo puxada por outra, que se volta sobre a primeira, passando então a puxá-la. Como um cusco dando voltas em torno do próprio rabo.
Na causação circular, o Centenário Farroupilha poderia, pois, ser visto como parte de um processo. De afirmação do gauchismo. Anteriormente influenciado pela literatura regionalista da década de 1920, e pelas “revoluções” de 1930 e de 1932, para depois reforçar tais movimentos. No plano nacional, como inserido no processo de procura de símbolos que representassem toda a nação. São Paulo tinha o Bandeirante. Os mineiros, Tiradentes. Os nordestinos, Padre Cícero. E nós, o gaúcho fazendeiro-militar-armado.
1935 – O centenário da Revolução Farroupilha – Representações
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