Em busca de uma cidade para as mulheres
Em que medida a ação dos movimentos de mulheres, intelectuais e feministas pode auxiliar os(as) gestores(as) públicos(as) a planejar as cidades com uma perspectiva de gênero? Como podemos avançar? Como podemos construir uma sociedade feminista, antirracista e inclusiva?
Refletir sobre essas questões é o objetivo do nosso livro E se as cidades fossem pensadas por mulheres, impresso pela Editora Zouk, organizado por mim, Mariana Felix, e Laura Sito, militante feminista e antirracista, atualmente vereadora de Porto Alegre. Com prefácio elaborado por Manuela D’Ávila e teste de orelha por Céli Pinto, a publicação traz artigos assinados por um grupo plural de mulheres, buscando uma interface entre academia e militância política.
Nosso livro nasceu da compreensão de que, apesar da cidade ser nossa, ela sempre foi construída para e pelos os homens. Um novo projeto de sociedade, de país e de mundo tem como terreno as cidades. Pois, muito embora seja visto como um espaço neutro e de acesso igual a todos/as, é neste espaço multiformas que as mais diversas desigualdades são configuradas e estruturadas. Cidades pensadas para e pelos homens se sentirem donos do espaço público e, reafirmadas, a partir da definição de uma segregação socioespacial. Ou seja, as cidades não são neutras e perpetuam desigualdades nas esferas da segurança pública, dos serviços públicos, mobilidade urbana, educação, entre outras.
[Continua...]