E se a periferia fosse o centro? – Texto 7: Cartas para um futuro anifascista

Organização de Marco Mello e de Daniele Gualtieri Rodrigues Esta é uma série de crônicas, contos, cartas e poesias que a Parêntese apresenta a seus assinantes com exclusividade. A seleção conta com textos dos estudantes-escritores da escola Saint Hilaire, na Lomba do Pinheiro, em Porto Alegre. A iniciativa partiu dos organizadores do livro E se a periferia fosse o centro? (EMEF Saint Hilaire, 2022, 124 pgs). A apresentação completa da obra e os textos anteriores já publicados na Parêntese podem ser conferidos neste link. Fascismo Texto de Sabrina Grégis Gênova, 29 de junho de 1932 Larissa,Olá! Espero que estejas bem.Aqui na Itália não anda nada bem, o fascismo político, econômico e social tomou conta do país após a Primeira Guerra mundial. Estamos enfrentando graves crises econômicas, junto com a França e a Alemanha.O fascismo tem total poder e autoridade junto com os líderes do governo, e sabemos muito bem que eles são a favor da violência com quem descumpre qualquer regra estabelecida por eles.Os governantes fascistas e totalitários querem expandir seu território através de conflitos internacionais. Eles estão realizando altos investimentos na produção de armas e equipamentos de guerra.O fascismo e seus governantes querem controlar todos os meios de comunicação. Espero que esta carta chegue até você, pois eles estão controlando tudo e todos que são minorias e que não aceitam suas ordens.Não temos voz nesse país e todos que desacataram as ordens são mortos pelos militares.A qualquer crítica contra o governo fascista, é usada a violência e o terror. Não podemos ser inimigos de um governo fascista, podemos até ser presos e mortos.Gostaria de escrever mais para você, mas temo a morte!Tudo é controlado nesse país, até mesmo a minha expressão.Fique bem! Não se preocupe comigo, sou a minoria para esse governo fascista. Muitos beijos! Daqui a alguns anos Texto de Janaína Setúbal Quero estar, daqui a 10 anos, com saúde para poder curtir meus netos e filhos. Vou estar com 55 anos, conquistando sempre metas, fazendo o que gosto, sempre com humildade e tentando ser uma pessoa cada vez melhor.Desejo que até lá o nosso Brasil esteja diferente, com os direitos das pessoas sendo respeitados e os governantes desse país ouvindo os cidadãos que votam, para mudar um pouco essa desigualdade, o preconceito, o racismo. Que todos possam viver sem medo da discriminação.O Brasil pode ser melhor sim, e o povo grita e quer seus direitos, e luta por eles, não se cala perante as autoridades que usam esse poder para calar a boca do povo, botando pressão neles. Eles são a lei e a classe baixa fica com medo de lutar pela força que os governantes têm.Temos que aprender e eles têm que se conscientizar que o povo é a voz. O povo tem que dizer o que precisamos e os governantes têm que escutar a voz do povo, que grita por mudanças.