Prefeito da semana

Brochado da Rocha, a volta sem brilho do clã ao poder

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Brochado da Rocha, a volta sem brilho do clã ao poder Foto: TCU/Divulgação
Nome: Antonio Brochado da RochaPartido: sem partido (nomeado durante o Estado Novo)Período que governou: 15/09/1943-14/05/1945 Antonio Brochado da Rocha foi o primeiro mandatário a dar continuidade a uma “dinastia” familiar na prefeitura de Porto Alegre: nascido na Capital em 1907, ele era filho de Otávio Rocha, o 9º prefeito da cidade – que havia se notabilizado pelas grandes obras de modernização e acabou morrendo no cargo em 1928. Ao contrário do pai, porém, Brochado da Rocha seria mais lembrado pelo que fez fora da prefeitura do que no comando do município, que assumiu por nomeação durante o Estado Novo e governou por apenas 20 meses. Formado pela Faculdade de Direito de Porto Alegre e também com uma carreira como professor de português e história, ele havia exercido cargos como secretário de Educação e Cultura e, posteriormente, seria secretário da Fazenda do Estado. Ingressou na política como chefe de gabinete do pai e se aproximou do cargo máximo de Porto Alegre ao ser vice-prefeito da primeira gestão Loureiro da Silva (1937-1943). Ao substituir o próprio Loureiro, Brochado limita-se a continuar os projetos do antecessor. Um dos seus legados mais presentes foi a inversão nos nomes de duas ruas da cidade, rebatizando no fim de 1944 um dos logradouros mais conhecidos do Centro: em homenagem ao iminente cinquentenário do jornal Correio do Povo, a rua até então nomeada Paissandu, que passava em frente à sede do jornal, passou a se chamar Caldas Júnior, nome do fundador do diário (e a antiga Caldas Júnior, no bairro Partenon, herdou o nome Paissandu). Depois da prefeitura, Brochado da Rocha não decolou sua carreira política, perdendo eleições para o cargo de deputado federal em 1952 e para o Senado em 1960. Seu maior destaque, assim, acabaria vindo no mundo jurídico: primeiro no Tribunal de Contas do Estado (TCE) e, mais tarde, como ministro do Tribunal de Contas da União (TCU) indicado por Getúlio Vargas no último ano de vida deste. Lá, Brochado da Rocha pareceu finalmente encontrar sua vocação: permaneceria no TCU por doze anos e, no meio do caminho, chegou a receber convite de Juscelino Kubitscheck para assumir o ministério da Agricultura, mas recusou, preferindo permanecer onde estava. Curiosamente, o Museu do TCU destaca Brochado da Rocha por uma anedota que o tornou único na história do órgão: o presidente menos longevo que o tribunal já teve. Ele assumiu em janeiro de 1960 e, um mês depois, renunciou, alegando que não conseguiria implementar as reformas que julgava necessárias para o órgão funcionar adequadamente. Entre as medidas que defendia, estava a criação de uma sede independente para o tribunal – um projeto que só se concretizaria em 1965, um ano antes da sua aposentadoria. Antonio Brochado da Rocha viveria até os 88 anos, falecendo em Porto Alegre no penúltimo dia de 1995, sem deixar herdeiros.

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