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Egydio Soares da Costa, um “Prefeito Fantasma” reinaugura a política partidária

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Egydio Soares da Costa, um “Prefeito Fantasma” reinaugura a política partidária Nome: Egydio Soares da CostaPartido: Partido Social Democrático (PSD)Período que governou: 21/02/1946-19/11/1946 Sucedendo Ivo Wolff, o também engenheiro Egydio Soares da Costa (por vezes grafado Egídio) foi mais um dos prefeitos nomeados de Porto Alegre nos anos 1940, com mandatos curtos e por indicação do interventor federal no Estado. Ele seria o mandatário da cidade durante a maior parte de 1946, ficando quase nove meses no cargo, mas, passados 74 anos, a sensação é de que a cidade não fez questão de guardar muitos registros sobre o seu 15º administrador: relatos sobre sua vida são escassos e, como se tornou uma regra nos mandatos curtos desse período, os registros sobre seu governo giram em torno das ideias trazidas em seu discurso de posse e falam da dificuldade de lidar com a crise econômica do pós-Segunda Guerra e os planos para urbanizar uma cidade em rápido crescimento. Egydio, que havia sido prefeito de Taquara entre 1938 e 1942 e, posteriormente, subprefeito da Capital (um cargo criado em 1892 e que responsabilizava o incumbente pela fiscalização de impostos, do tráfego, da venda de alimentos e do comércio ambulante, entre outros), demonstrou de imediato o seu interesse “em tratar dos problemas de remodelação da cidade, problemas urbanísticos que não podem parar. Não me afastarei das normas traçadas pelo Plano Diretor, cuja conclusão esperamos ver dentro em breve, estando para tal fim a Diretoria Geral de Obras e Viação procedendo aos últimos estudos e coligindo os últimos dados – com toda a urgência aos estudos para a execução do Plano Diretor na parte referente à Praia de Belas e a reurbanização do Menino Deus”. Entre as prioridades do governo da época estava a retificação e canalização do Arroio Dilúvio, um projeto iniciado ainda nos tempos de Loureiro da Silva, como resposta ao trauma da grande enchente de 1941 – e que avançaria lentamente pelas duas décadas seguintes. Egydio Soares da Costa também reforçava a necessidade da construção de novas habitações, de incremento do transporte público, de programas de alimentação e da importância do tratamento sanitário na Capital para reduzir a taxa de mortalidade da população. Vivendo um momento de recriação dos partidos políticos após o fim do Estado Novo, a gestão de Egydio também é marcada por uma reaproximação com o embate de ideias, embora a cidade ainda não voltasse a ter eleições. Em seus discursos, era comum ver defesa aos ideais da social-democracia preconizada pelo seu PSD: “o mundo se debate no entrechoque de ideias da qual a que mais se aproxima da verdadeira e melhor atende às necessidades e dignidade humanas. A Social Democracia emergirá vitoriosa a custa, é certo, de grande trabalho, abnegação e sacrifícios. […] Quando o povo, quando o proletário, bem compreender o verdadeiro sentido da Social Democracia, não haverá mais lugar para outras ideias e assim alcançaremos as vantagens do socialismo sem perdermos as nossas liberdades democráticas”, destacou na posse. Ainda com nomeações, no quinquênio seguinte o PSD faria os três sucessores imediatos de Egydio. A Guerra foi […]

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Nome: Egydio Soares da CostaPartido: Partido Social Democrático (PSD)Período que governou: 21/02/1946-19/11/1946 Sucedendo Ivo Wolff, o também engenheiro Egydio Soares da Costa (por vezes grafado Egídio) foi mais um dos prefeitos nomeados de Porto Alegre nos anos 1940, com mandatos curtos e por indicação do interventor federal no Estado. Ele seria o mandatário da cidade durante a maior parte de 1946, ficando quase nove meses no cargo, mas, passados 74 anos, a sensação é de que a cidade não fez questão de guardar muitos registros sobre o seu 15º administrador: relatos sobre sua vida são escassos e, como se tornou uma regra nos mandatos curtos desse período, os registros sobre seu governo giram em torno das ideias trazidas em seu discurso de posse e falam da dificuldade de lidar com a crise econômica do pós-Segunda Guerra e os planos para urbanizar uma cidade em rápido crescimento. Egydio, que havia sido prefeito de Taquara entre 1938 e 1942 e, posteriormente, subprefeito da Capital (um cargo criado em 1892 e que responsabilizava o incumbente pela fiscalização de impostos, do tráfego, da venda de alimentos e do comércio ambulante, entre outros), demonstrou de imediato o seu interesse “em tratar dos problemas de remodelação da cidade, problemas urbanísticos que não podem parar. Não me afastarei das normas traçadas pelo Plano Diretor, cuja conclusão esperamos ver dentro em breve, estando para tal fim a Diretoria Geral de Obras e Viação procedendo aos últimos estudos e coligindo os últimos dados – com toda a urgência aos estudos para a execução do Plano Diretor na parte referente à Praia de Belas e a reurbanização do Menino Deus”. Entre as prioridades do governo da época estava a retificação e canalização do Arroio Dilúvio, um projeto iniciado ainda nos tempos de Loureiro da Silva, como resposta ao trauma da grande enchente de 1941 – e que avançaria lentamente pelas duas décadas seguintes. Egydio Soares da Costa também reforçava a necessidade da construção de novas habitações, de incremento do transporte público, de programas de alimentação e da importância do tratamento sanitário na Capital para reduzir a taxa de mortalidade da população. Vivendo um momento de recriação dos partidos políticos após o fim do Estado Novo, a gestão de Egydio também é marcada por uma reaproximação com o embate de ideias, embora a cidade ainda não voltasse a ter eleições. Em seus discursos, era comum ver defesa aos ideais da social-democracia preconizada pelo seu PSD: “o mundo se debate no entrechoque de ideias da qual a que mais se aproxima da verdadeira e melhor atende às necessidades e dignidade humanas. A Social Democracia emergirá vitoriosa a custa, é certo, de grande trabalho, abnegação e sacrifícios. […] Quando o povo, quando o proletário, bem compreender o verdadeiro sentido da Social Democracia, não haverá mais lugar para outras ideias e assim alcançaremos as vantagens do socialismo sem perdermos as nossas liberdades democráticas”, destacou na posse. Ainda com nomeações, no quinquênio seguinte o PSD faria os três sucessores imediatos de Egydio. A Guerra foi […]

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