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Felicíssimo, o primeiro assalariado

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Felicíssimo, o primeiro assalariado Nome: Felicíssimo Manoel de AzevedoPartido: PRR – Partido Republicano Rio-GrandensePeríodo que governou:  20/01/1890 até 21/11/1891 Um “simples empregado do governo”. Era assim que Felicíssimo Manoel de Azevedo definia a si mesmo na coluna que mantinha no jornal Correio do Povo. Definição que não era apenas simbólica, mas também literal: Felicíssimo, o primeiro administrador municipal da Porto Alegre republicana, também estreou uma novidade da função – passou a receber salário para governar os então 52,4 mil habitantes da Capital. Filho dos cariocas Manoel de Azevedo e Teresa Joaquina da Silva, Felicíssimo era porto-alegrense de nascimento, mas se mudou ainda jovem para o Rio de Janeiro, onde concluiu os estudos primários. Antes de se radicar definitivamente em solo gaúcho, passaria muitos anos entre Porto Alegre e o Rio: de volta ao Sul, casou-se com Maria Leocádia da Silva, com quem teria oito filhos; mas também voltaria a se fixar em solo carioca para se formar cirurgião-dentista. Foi quando se assentou de vez em Porto Alegre, porém, que sua atuação política se fez mais notória. Um dos fundadores (e primeiro presidente) do Clube Republicano de Porto Alegre, ele concorreria em 1880 ao seu primeiro mandato como vereador pelo Partido Republicano Rio-Grandense. Ainda na época do Império, em 1887, venceu as eleições para vereador. O jornal A Federação informava que “o serviço do município é a sua preocupação constante, uma verdadeira paixão em que se desafoga a admirável atividade do seu espírito e o critério experimental, que é o privilégio de sua idade”. Em 1888 tentou renunciar ao cargo, mas uma lei municipal o proibia. Um ano mais tarde, quando o Império caiu e Felicíssimo e seus correligionários se tornaram a força política dominante do novo regime, a velha Câmara de Vereadores foi dissolvida. Formou-se, então, a Junta Municipal para governar Porto Alegre, e Felicíssimo entrou para a história como seu primeiro presidente. Na prática, foi o primeiro “prefeito” da cidade após a proclamação da República, embora essa nomenclatura só viesse a ser adotada para se referir ao administrador municipal nos anos 1930. Nessa função, era responsável por definir a lei orçamentária do município, pedir dinheiro ao estado do Rio Grande do Sul para reformas na cidade, cuidar da limpeza e manutenção, decidir quais construções precisavam pagar impostos e recebia pedidos dos moradores para mudanças em seus terrenos, como construções de muro e até pintura nas casas. Mas, “simples empregado” como se definia, afirmava não ter responsabilidade sobre as realizações de seu mandato, já que a comissão apenas obedecia às ordens do então governador Júlio de Castilhos. Seu período na presidência da Junta Municipal, como o de todos os sete primeiros administradores de Porto Alegre, foi curto: menos de dois anos após assumir, em 21 de novembro de 1891, o cargo foi transferido de Felicíssimo de Azevedo para João Damata Coelho, que passaria outros sete meses no cargo. Além de se dedicar à política, Felicíssimo também era cronista. Escreveu uma série de textos para o jornal A Federação, que foram reunidos e publicados no […]

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Nome: Felicíssimo Manoel de AzevedoPartido: PRR – Partido Republicano Rio-GrandensePeríodo que governou:  20/01/1890 até 21/11/1891 Um “simples empregado do governo”. Era assim que Felicíssimo Manoel de Azevedo definia a si mesmo na coluna que mantinha no jornal Correio do Povo. Definição que não era apenas simbólica, mas também literal: Felicíssimo, o primeiro administrador municipal da Porto Alegre republicana, também estreou uma novidade da função – passou a receber salário para governar os então 52,4 mil habitantes da Capital. Filho dos cariocas Manoel de Azevedo e Teresa Joaquina da Silva, Felicíssimo era porto-alegrense de nascimento, mas se mudou ainda jovem para o Rio de Janeiro, onde concluiu os estudos primários. Antes de se radicar definitivamente em solo gaúcho, passaria muitos anos entre Porto Alegre e o Rio: de volta ao Sul, casou-se com Maria Leocádia da Silva, com quem teria oito filhos; mas também voltaria a se fixar em solo carioca para se formar cirurgião-dentista. Foi quando se assentou de vez em Porto Alegre, porém, que sua atuação política se fez mais notória. Um dos fundadores (e primeiro presidente) do Clube Republicano de Porto Alegre, ele concorreria em 1880 ao seu primeiro mandato como vereador pelo Partido Republicano Rio-Grandense. Ainda na época do Império, em 1887, venceu as eleições para vereador. O jornal A Federação informava que “o serviço do município é a sua preocupação constante, uma verdadeira paixão em que se desafoga a admirável atividade do seu espírito e o critério experimental, que é o privilégio de sua idade”. Em 1888 tentou renunciar ao cargo, mas uma lei municipal o proibia. Um ano mais tarde, quando o Império caiu e Felicíssimo e seus correligionários se tornaram a força política dominante do novo regime, a velha Câmara de Vereadores foi dissolvida. Formou-se, então, a Junta Municipal para governar Porto Alegre, e Felicíssimo entrou para a história como seu primeiro presidente. Na prática, foi o primeiro “prefeito” da cidade após a proclamação da República, embora essa nomenclatura só viesse a ser adotada para se referir ao administrador municipal nos anos 1930. Nessa função, era responsável por definir a lei orçamentária do município, pedir dinheiro ao estado do Rio Grande do Sul para reformas na cidade, cuidar da limpeza e manutenção, decidir quais construções precisavam pagar impostos e recebia pedidos dos moradores para mudanças em seus terrenos, como construções de muro e até pintura nas casas. Mas, “simples empregado” como se definia, afirmava não ter responsabilidade sobre as realizações de seu mandato, já que a comissão apenas obedecia às ordens do então governador Júlio de Castilhos. Seu período na presidência da Junta Municipal, como o de todos os sete primeiros administradores de Porto Alegre, foi curto: menos de dois anos após assumir, em 21 de novembro de 1891, o cargo foi transferido de Felicíssimo de Azevedo para João Damata Coelho, que passaria outros sete meses no cargo. Além de se dedicar à política, Felicíssimo também era cronista. Escreveu uma série de textos para o jornal A Federação, que foram reunidos e publicados no […]

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