Prefeito da semana

Ivo Wolff, um acadêmico na Prefeitura

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Ivo Wolff, um acadêmico na Prefeitura Foto: Reprodução
Nome: Ivo WolffPartido: sem partidoPeríodo que governou: 06/11/1945 a 21/02/1946 São dias intensos em Porto Alegre. A cidade cresce rapidamente e, junto com o desenvolvimento, vêm uma série de problemas de urbanização. A mudança constante de prefeitos que marcou os anos 1940 tampouco ajuda que qualquer um deles deixe seu legado. O 14º mandatário da Porto Alegre republicana, por exemplo, ficaria pouco mais de três meses no cargo: governou por 107 dias entre novembro de 1945 e fevereiro do ano seguinte. Com tão pouco tempo, Wolff fez um caminho semelhante ao de outros governantes daquele período: deu continuidade a projetos anteriores e propôs soluções para o futuro que, no entanto, não pôde concluir e se destacou muito mais pela sua ação fora da Prefeitura. Em meio a uma explosão demográfica e sofrendo com os efeitos econômicos da Segunda Guerra, encerrada poucos meses antes, Porto Alegre tinha questões importantes por resolver em relação ao trabalhador mais pobre: faltava moradia popular e o transporte público era deficiente, questões que seguiriam preocupando também os sucessores de Ivo Wolff até a virada da década. O destaque maior de Wolff, um renomado professor e engenheiro, seria alcançado na academia. Mesmo nos curtos meses em que esteve prefeito, ele também acumulou o cargo de diretor da Faculdade Católica de Filosofia da PUCRS, entre 1945 e 1947, posição que voltaria a ocupar entre 1957 e 1960. Incentivador da pesquisa no Estado, ele havia sido um dos nomes por trás da criação do Instituto Tecnológico do Estado do Rio Grande do Sul (ITERS), surgido em 1942 para ajudar a manter o ritmo da indústria em meio à crise da Guerra, que mais tarde se converteria na Cientec (Fundação de Ciência e Tecnologia). Ivo Wolff também participaria da organização da Escola de Engenharia da PUCRS no final dos anos 1950, da qual foi o primeiro diretor, “imposto por sua capacidade, por sua brilhante atuação científica e pela dedicação à causa”, descreve Elvo Clemente em Pilares da PUCRS. Uma década mais tarde, Wolff ajudaria a organizar uma faculdade similar na Universidade Federal de Santa Catarina. Seria também, entre 1968 e 1976, vice-reitor e, depois, reitor da UFRGS, observando em sua gestão obras como a construção do Planetário, ajudando ainda a conduzir a reorganização interna promovida pela Reforma Universitária da ditadura militar. Exaltado por sua longa atuação acadêmica, Wolff é um dos mandatários para quem a prefeitura foi uma passagem menor da biografia. Ao deixar o cargo, em 1946, o sucessor Egídio Soares da Costa elogiou a breve gestão do engenheiro no Paço Municipal: “assumindo o governo do Município em uma época difícil, te impuseste à admiração de todos e te tornaste um orgulho para teus colegas. Em todos os atos de tua administração foste sempre honesto, justo e sincero. Em todas as tuas atitudes resplandeceu sempre tua grande inteligência que uma modéstia ainda maior procura, em vão, ocultar”. Ivo Wolff teve dois filhos de seu casamento com Adélia Borges Fortes, de quem ficou viúvo ainda nos anos 60. Wolff faleceu […]

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