Prefeito da semana

Loureiro da Silva, o Reformador Visionário (parte 1)

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Loureiro da Silva, o Reformador Visionário (parte 1) *A reportagem foi atualizada no dia 28/4 para corrigir a informação sobre a chegada dos portugueses em Porto Alegre. Nome: José Loureiro da Silva Partido: Partido Republicano Liberal / sem partidoPeríodo que governou: 22/10/1937 a 15/09/1943 Com a saída de Alberto Bins da administração pública às vésperas da instauração do Estado Novo, José Loureiro da Silva foi nomeado para o cargo. Porto-alegrense, seguiu um caminho clássico para os que tinham sua condição social naquela época: estudou no Colégio Júlio de Castilhos e graduou-se em Direito na Faculdade de Porto Alegre. Nascido em 19 de março de 1902, Loureiro esteve duas vezes no comando da cidade: de 1937 a 1943 e de 1960 a 1964 – ele é o prefeito com os mandatos mais espaçados, com longos 17 anos de intervalo entre uma gestão e outra. No perfil de hoje, contamos sua primeira passagem na administração pública municipal. Prefeito de cinco municípios gaúchos ao longo da vida – governou Alegrete, Garibaldi, Taquara e Gravataí antes de assumir a Capital –, Loureiro deu sequência às grandes obras públicas de sua cidade natal, que não parava de crescer. Em 1940, Porto Alegre ainda apresentava graves problemas urbanísticos para uma população que chegava aos 272 mil habitantes. Com a nova ponte da Azenha, a cidade aceleraria de vez o crescimento rumo à Zona Sul, fazendo com que bairros como Praia de Belas, Menino Deus e Tristeza, que já contavam com uma população numerosa, agora passassem também por um processo de urbanização. Por toda a cidade, novas avenidas foram abertas, como a Farrapos, a Salgado Filho e a Jerônimo de Ornelas, enquanto a João Pessoa foi prolongada. Loureiro se deparou não só com os desafios habituais de um prefeito de uma capital em rápido crescimento: foi em sua gestão que uma das maiores calamidades naturais da história de Porto Alegre se abateu sobre a cidade. Em 1941, seu governo precisou lidar com a maior enchente já registrada na Capital. Foram 22 dias de chuva incessante, com mais de 791 milímetros acumulados – em menos de um mês, mais de metade da média anual despencou sobre a cidade. Cerca de 70 mil porto-alegrenses acabaram desabrigados e uma série de medidas começaram a ser estudadas para proteger a cidade de novas cheias. Embora elas só saíssem do papel nas décadas seguintes, foi sob a supervisão de Loureiro que a cidade passou a repensar sua relação com o Guaíba, projetando obras como a canalização do Arroio Dilúvio, que só viria nos anos 1950, e a construção de um gigantesco muro para represar as águas ao longo da avenida Mauá, obra que seria concluída apenas em 1974. Embora tivesse militado no Partido Republicano Liberal, Loureiro oficialmente governou sem partido, já que o Estado Novo extinguiu as siglas políticas no país. Nomeado por Vargas, foi o primeiro prefeito a interromper o domínio do velho PRR, o Partido Republicano Rio-Grandense, que governou a cidade nos primeiros 47 anos após o fim do Império. O mandato de Loureiro se empenhou em buscar um Plano Diretor […]

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*A reportagem foi atualizada no dia 28/4 para corrigir a informação sobre a chegada dos portugueses em Porto Alegre. Nome: José Loureiro da Silva Partido: Partido Republicano Liberal / sem partidoPeríodo que governou: 22/10/1937 a 15/09/1943 Com a saída de Alberto Bins da administração pública às vésperas da instauração do Estado Novo, José Loureiro da Silva foi nomeado para o cargo. Porto-alegrense, seguiu um caminho clássico para os que tinham sua condição social naquela época: estudou no Colégio Júlio de Castilhos e graduou-se em Direito na Faculdade de Porto Alegre. Nascido em 19 de março de 1902, Loureiro esteve duas vezes no comando da cidade: de 1937 a 1943 e de 1960 a 1964 – ele é o prefeito com os mandatos mais espaçados, com longos 17 anos de intervalo entre uma gestão e outra. No perfil de hoje, contamos sua primeira passagem na administração pública municipal. Prefeito de cinco municípios gaúchos ao longo da vida – governou Alegrete, Garibaldi, Taquara e Gravataí antes de assumir a Capital –, Loureiro deu sequência às grandes obras públicas de sua cidade natal, que não parava de crescer. Em 1940, Porto Alegre ainda apresentava graves problemas urbanísticos para uma população que chegava aos 272 mil habitantes. Com a nova ponte da Azenha, a cidade aceleraria de vez o crescimento rumo à Zona Sul, fazendo com que bairros como Praia de Belas, Menino Deus e Tristeza, que já contavam com uma população numerosa, agora passassem também por um processo de urbanização. Por toda a cidade, novas avenidas foram abertas, como a Farrapos, a Salgado Filho e a Jerônimo de Ornelas, enquanto a João Pessoa foi prolongada. Loureiro se deparou não só com os desafios habituais de um prefeito de uma capital em rápido crescimento: foi em sua gestão que uma das maiores calamidades naturais da história de Porto Alegre se abateu sobre a cidade. Em 1941, seu governo precisou lidar com a maior enchente já registrada na Capital. Foram 22 dias de chuva incessante, com mais de 791 milímetros acumulados – em menos de um mês, mais de metade da média anual despencou sobre a cidade. Cerca de 70 mil porto-alegrenses acabaram desabrigados e uma série de medidas começaram a ser estudadas para proteger a cidade de novas cheias. Embora elas só saíssem do papel nas décadas seguintes, foi sob a supervisão de Loureiro que a cidade passou a repensar sua relação com o Guaíba, projetando obras como a canalização do Arroio Dilúvio, que só viria nos anos 1950, e a construção de um gigantesco muro para represar as águas ao longo da avenida Mauá, obra que seria concluída apenas em 1974. Embora tivesse militado no Partido Republicano Liberal, Loureiro oficialmente governou sem partido, já que o Estado Novo extinguiu as siglas políticas no país. Nomeado por Vargas, foi o primeiro prefeito a interromper o domínio do velho PRR, o Partido Republicano Rio-Grandense, que governou a cidade nos primeiros 47 anos após o fim do Império. O mandato de Loureiro se empenhou em buscar um Plano Diretor […]

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