Prefeito da semana

Um filho de Getúlio Vargas na Prefeitura

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Um filho de Getúlio Vargas na Prefeitura Manoel Sarmanho Vargas. Foto: CPDOC/FGV
24º prefeitoNome: Manoel Sarmanho VargasPartido: Partido Trabalhista Brasileiro (PTB)Período que governou: 31/01/1955-03/10/195525º prefeitoNome: Martim AranhaPartido: União Democrática Nacional (UDN)Período que governou: 03/10/1955-01/01/1956 “Como Prefeito de Porto Alegre, recebi sua carta solicitando apoio para a sua candidatura à presidência da República. Preciso, entretanto, lembrar-lhe que o prefeito desta cidade é filho de Getúlio Vargas. Se como administrador a Lei Orgânica do Município proíbe-me de exercer atividade em benefício de quem seja, como filho de Getúlio Vargas não poderei apoiar a candidatura de um homem que, apesar das suas afirmações em contrário, tomou parte ativa na conspiração de gabinete que culminou com a morte de meu pai na madrugada de 24 de agosto”. Com surpresa e exasperação, assim Manoel Sarmanho Vargas respondeu ao pedido do general Juarez Távora, que, em meados de 1955, encaminhou um telegrama aos prefeitos das principais cidades do país, pedindo apoio nas iminentes eleições de 3 de outubro. O militar enviou a mensagem indiscriminadamente, de forma talvez provocativa, inclusive para o mandatário de Porto Alegre. Que, naquela altura, era o herdeiro do presidente contra quem Távora havia conspirado: em 31 de janeiro, menos de meio ano após o suicídio de Vargas, a capital gaúcha passou a ser governada por seu filho, o “Maneco”. A ascensão de Vargas ao Paço não seguiu o caminho usual. Ele era, desde 1951, o vice-prefeito da cidade, eleito para o cargo no mesmo pleito que reconduziu Ildo Meneghetti ao Paço. Mas, quando este se afastou para concorrer ao governo do Estado, Maneco não assumiu de imediato: ocorre que Meneghetti era rival político do PTB de Vargas, e uma troca tão abrupta de poder não parecia ser bem-vinda. Eram tempos em que o Brasil votava separadamente para os cargos do Executivo: em geral, o candidato principal e o vice eleitos eram da mesma chapa, mas o sistema separado podia render surpresas e crises. Em 1951, Manoel Vargas (que era o vice de Leonel Brizola) acabou eleito, mas o próprio Brizola, não. E, assim, a Capital viveu alguns anos antes a situação que o Brasil passaria no início dos anos 1960, com a eleição de Jânio Quadros à Presidência e, como vice, um nome que concorria pela chapa contrária a ele – João Goulart, por sinal também do PTB –, levando o país a uma espiral de caos político e golpismo quando Jânio abandonou o cargo. Nem de longe a crise sucessória da Capital se pareceria com aquela do Brasil, mais tarde, mas quando Meneghetti saiu da Prefeitura, a cidade também ficou órfã de um mandatário e sem certeza sobre quem assumiria qual cargo. Manoel Vargas resistiu às várias convocações para virar prefeito, situação que ao longo de 1954 fez a administração municipal passar aos vereadores Ludolfo Boehl e, depois, Manoel Osório da Rosa. Ele só assumiria quando Meneghetti finalmente renunciou de fato (antes, estava oficialmente licenciado) para ingressar no Piratini. Ao contrário de Getúlio no Catete, os dias de um Vargas no Paço foram curtos e pouco memoráveis, mas refletiram, no microcosmo porto-alegrense, os […]

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