Prefeito da semana

Uma nova crise sucessória na Capital

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Uma nova crise sucessória na Capital Foto: Câmara/Reprodução
22º prefeito Nome: Ludolfo Boehl Partido: União Democrática Nacional (UDN) Período que governou: 03/07/1954-13/09/195423º prefeito Nome: Manoel Osório da Rosa Partido: Partido Libertador (PL) Período que governou: 13/09/1954-31/01/1955 “A Câmara Municipal na iminência de ser presidida por um comunista”, bradava, em tom de alarme, o Jornal do Dia, uma das vozes conservadoras na imprensa porto-alegrense da época. Era 10 de setembro de 1954 e a Capital estava, uma vez mais, às voltas com a distribuição dos poderes municipais – e temendo um vácuo que provocasse o impensável: a chegada da “ameaça vermelha” a um posto de influência. Dois meses antes, Ildo Meneghetti havia deixado o Paço para concorrer ao Piratini, em uma campanha que faria dele o primeiro ex-prefeito de Porto Alegre a ser eleito, também, governador. Os anos de Meneghetti haviam sido pródigos em fatos marcantes: viabilizou a Copa do Mundo de 1950 na cidade, inaugurou a Vila do IAPI, encampou a falimentar Carris (em meio a um momento eternizado por Lupicínio Rodrigues no hino do Grêmio, a greve dos bondes, que inspirou o “até a pé nós iremos”). Mas ser um prefeito tão grande tinha um ônus: era mesmo habilidade política em demasia para ser reduzida à cidade. Assim, quando Porto Alegre parecia finalmente ter voltado a uma estabilidade no Paço depois dos frenéticos anos 1940, o que se viu após o memorável governo Ildo foi uma nova sucessão de mandatários efêmeros, que chegaram por acidente e não faziam muita questão de permanecer no cargo: Meneghetti saiu em julho de 1954 e viria, em seu lugar, o então presidente da Câmara, Ludolfo Boehl. Ele, por sua vez, permaneceria apenas 72 dias no poder em um mandato-tampão. Engenheiro como tantos de seus antecessores imediatos (a prefeitura parecia, então, uma grande confraria de engenheiros que se revezavam), Boehl era vereador desde a primeira legislatura da moderna Câmara, iniciada em 1947. Encarregado de presidir a Casa a partir de abril, coube a ele herdar o cargo quando Meneghetti se afastou. Mas o próprio Ludolfo não tinha interesse em permanecer como prefeito: queria se lançar a deputado federal pela UDN e, como a Lei Orgânica do Município impedisse que a campanha fosse levada em paralelo à vereança, precisaria se afastar logo. Daí a crise sucessória. Porque, uma vez saído Ildo Meneghetti e com eleições nacionais previstas para outubro de 1954, todos tinham interesse em descolar outro cargo, fosse na Assembleia Legislativa ou na capital federal, ainda o Rio de Janeiro: afastado voluntariamente Boehl na tentativa de se eleger deputado estadual, o posto no Paço deveria recair sobre Manoel Sarmanho Vargas – o Maneco, filho de ninguém menos que Getúlio Vargas, havia sido vice-prefeito eleito com Meneghetti em 1951, embora fosse da chapa de oposição (uma história que contaremos melhor na semana que vem). Mas Vargas, o filho, queria ser deputado federal pelo PTB do pai. Assim, seguia-se a sucessão para o vice-presidente da Câmara, Manoel Osório da Rosa que, uma vez assumindo a Prefeitura, repassaria o comando do legislativo municipal a Roberto […]

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