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A subjugação sistêmica das mulheres negras

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A subjugação sistêmica das mulheres negras Foto: crocodilo edições/Divulgação
LIVRO | A sedução e as artimanhas do poder e O ventre do mundo: uma nota sobre os trabalhos das mulheres negras, de Saidiya Hartman O volume reúne dois textos da escritora estadunidense Saidiya Hartman escritos em um intervalo de 30 anos. Ambos abordam a subjugação sistêmica das mulheres negras – e, ao serem trazidos lado a lado, situam a pesquisa de longa data de Hartman e seus mais recentes desdobramentos. O ventre do mundo: uma nota sobre os trabalhos das mulheres negras, publicado em 2016, aqui está reunido a uma versão revista de A sedução e as artimanhas do poder, artigo originalmente publicado em 1996 (crocodilo edições, tradução de Stephanie Borges, Fernanda Silva e Sousa e Marcelo R S Ribeiro, 148 páginas, R$ 62,90). O ventre do mundo destaca a importância de considerar que, da mesma forma que a capacidade reprodutiva das mulheres escravizadas foi um dos pilares da escravidão, deve-se tratar do trabalho reprodutivo quando se intenciona pensar sobre a vida generificada pós-escravidão. Já em A sedução e as artimanhas do poder, a autora se volta para a culpabilidade anunciada como criminalidade negra – e para a importância de entender como a sedução faz parte de um trabalho basal na expansão e reprodução das afirmações do poder.  A reunião dos dois textos permite ampliar as lentes pelas quais analisar as formas como relações de cuidado e laços afetivos podem se tornar ferramentas poderosas para o exercício do poder, sendo as próprias engrenagens das relações de subordinação e dependência, inclusive na forma como são exercidas pelas próprias pessoas subalternizadas. LIVRO | Velhos Hábitos, de Luciano Gatti Foto: 7Letras/Divulgação A história por trás de uma casa, a da avó do narrador, é pano de fundo da obra Velhos Hábitos (7Letras, 160 páginas, R$ 56). É por meio desse espaço físico que narrativa de memórias e recordações do escritor Luciano Gatti se constrói aos olhos do leitor, convidado para acompanhar a imersão de um personagem masculino nas figuras da mãe e, sobretudo, da avó. A partir delas, Gatti delineia a história de uma família, recorrendo a imagens da infância, da adolescência e da vida adulta. Indo de um tempo a outro, o narrador aproxima o leitor dos acontecimentos que marcaram sua própria história, destacando a centralidade matriarcal do ambiente em que cresceu. Não por acaso, as figuras masculinas de Gatti vivem à sombra dessas mulheres: o pai do personagem vai mal nos negócios, não cuida da segurança material de sua família e parece, na maioria das vezes, atrapalhar com decisões impensadas. O avô, pai de sua mãe, tampouco se sai muito melhor: além de gastar a herança da esposa em maus investimentos e casos extraconjugais, o homem é taciturno e ausente – da mesma forma que o progenitor do narrador. LIVRO | Pandora, de Ana Paula Pacheco Foto: Fósforo/Divulgação Romance experimental e bem-humorado – porém de contornos trágicos –, Pandora (Fósforo, 136 páginas, R$ 64,90), de Ana Paula Pacheco, acompanha a dissolução mental de Ana, uma professora universitária de literatura às voltas com o confinamento da pandemia de […]

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