Brimos aproxima culturas brasileira e sírio-libanesa
Livro de Diogo Bercito resgata as histórias de famílias sírio-libanesas que chegaram à política, como os Boulos, os Feghali, os Haddad, os Kassab, os Maluf e os Temer. Veja mais dicas culturais da semana #84
LIVROS
Brimos | Diogo Bercito
A imigração sírio-libanesa merece um capítulo próprio entre as peças que compõem o multifacetado diagrama cultural brasileiro. Desse casamento arranjado – fruto da crise econômica e política pela qual passava o Oriente Médio no início do século passado – nasceu a maior diáspora árabe do mundo, contabilizada pelo governo brasileiro como algo entre 7 e 10 milhões de pessoas, isto é, mais do que a população inteira do Líbano. Seja esse número exagerado ou não, fato é que as culturas brasileira e sírio-libanesa devem muito uma à outra, como bem mostra Brimos (Fósforo, 272 páginas, R$ 74,90), do escritor e jornalista Diogo Bercito.
Minuciosa pesquisa jornalística de um repórter que é também acadêmico e especialista do tema, o livro resgata as histórias de famílias sírio-libanesas que chegaram à política, como os Boulos, os Feghali, os Haddad, os Kassab, os Maluf e os Temer. Com entrevistas realizadas tanto no Brasil quanto no Líbano, Brimos também recupera as trajetórias de instituições como o Hospital Sírio-Libanês e os clubes Homs, Sírio e Monte Líbano.
Entre aqueles que vieram, alguns eram pequenos comerciantes e mascates que não dominavam o português. Outros chegaram com posses e diplomas universitários. Juntos, em pouco mais de cem anos, abriram caminho para a profusão de sobrenomes árabes que têm lugar cativo no noticiário nacional e papel decisivo na história recente do Brasil.
A edição conta com um caderno de imagens coloridas composto por reproduções de arquivo da vida da comunidade árabe no Brasil da primeira metade do século passado e por fotos tiradas no Líbano pelo próprio autor registrando as casas e vilarejos das famílias que fizeram história na política brasileira.
[Continua...]