Realidade distópica no mundo escrito por Ignácio de Loyola Brandão
LIVRO | Deus, o que Quer de Nós?, de Ignácio de Loyola Brandão
A pandemia instalou uma espécie de realidade distópica no mundo, influenciando a vida de todos. Esse é o pano de fundo de Deus, o que Quer de Nós? (Global Editora, 200 páginas, R$ 59), novo livro de Ignácio de Loyola Brandão. No romance, o autor chama a pandemia de Funesta e Infame e narra a história de (des)amor do casal Evaristo e Neluce, vivendo há anos um relacionamento pautado tanto pela mesmice quanto pelo carinho – até que a mulher morre vitimada pela doença que assola o planeta há anos.
Confundindo memória e presente, por vezes se esquecendo de que a esposa está morta, o homem lamenta como a tragédia sanitária está sendo ignorada pelo governo – liderado por uma figura chamada pelo narrador de Desatinado ou Destemperado: “À certa altura, tivemos de decidir: ou o isolamento ou a morte. Houve quem quisesse a vida, mas muitos – e esses muitos significaram milhões – se deixaram levar pela morte e pelas palavras do Destemperado. Quem é esse homem que nos governa?”. Traçando paralelos com a ditadura militar brasileira, a trama mostra São Paulo dominada por um regime fascista, em um contexto ambiental no qual as florestas desapareceram queimadas e a água é escassa.
Com mais de 40 livros publicados, Loyola Brandão é autor de romances de sucesso como Bebel que a Cidade Comeu, Não Verás País Nenhum, O Beijo Não Vem da Boca e Dentes ao Sol.
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