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Recomendações da semana #82

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Recomendações da semana #82

LIVROS

Lições de Literatura e Lições de Literatura Russa | Vladimir Nabokov

Foto: Fósforo/Divulgação

Após emigrar para os Estados Unidos em 1940, o escritor russo Vladimir Nabokov (1899 – 1977) encontrou na carreira de professor um meio de garantir a subsistência: deu aulas de literatura em universidades até que o sucesso literário batesse à porta com Lolita. Quase quatro décadas depois, os manuscritos dessas aulas foram reunidos em dois volumes autônomos dedicados aos clássicos da literatura europeia e russa.

Em Lições de Literatura (Fósforo, 472 páginas, R$ 99,90), Nabokov examina os clássicos Mansfield Park, de Jane AustenA Casa Soturna, de DickensMadame Bovary, de FlaubertO Médico e o Monstro, de StevensonNo Caminho de Swann, de Marcel ProustA Metamorfose, de Kafka; e Ulysses, de James Joyce.

“São vidraças coloridas que se abrem sobre sete obras-primas”, diz o escritor John Updike a respeito dessas extraordinárias aulas de Nabokov, que tanto ensinam sobre os livros e seus autores quanto revelam sobre os segredos da arte da escrita.

Foto: Fósforo/Divulgação

Lições de Literatura Russa (Fósforo, 400 páginas, R$ 89,90) lembra a série de cursos que Nabokov deu sobre alguns dos pilares da literatura de seu país: Gógol, Turguêniev, Dostoiévski, Tolstói, Tchekhov e Górki. Em 1981, as aulas foram reunidas em livro nos Estados Unidos, graças ao editor Fredson Bowers, que organizou as anotações deixadas pelo autor.

Nabokov não se furta a revelar sua admiração por Tolstói e demais predileções: “Aquele que prefere Dostoiévski ou Górki a Tchekhov nunca será capaz de apreender a essência da literatura e da vida russas”.


Pequenas Resistências | Rivka Galchen

Foto: DBA Literatura/Divulgação

Se os bebês fossem uma droga, qual seriam? A autora canadense-americana Rivka Galchen descreve-os como uma substância perigosa: “A bebê me envolve com um profundo senso de bem-estar, um senso que não está vinculado a nenhum tipo de realização ou atributo, e esse senso de bem-estar é tão inebriante que me vejo disposta a deixar minha vida desmoronar completamente na busca contínua por essa sensação”.

Em Pequenas Resistências (DBA Literatura, 140 páginas, R$ 49,90), a escritora revela, em um ensaio pessoal e literário composto de reflexões breves e sagazes, as agruras de artistas mulheres que buscam preservar um espaço para si e para sua arte e, ao mesmo tempo, encontram-se fascinadas pela criatura que geraram. No caso de Galchen, a bebê-criatura é, na verdade, uma puma selvagem.

Desinteressada em buscar soluções definitivas, Galchen expõe com sinceridade toda a ambivalência que reside em cuidar de uma criança pequena na época em que vivemos e mostra a dificuldade enfrentada pelas mulheres que não querem deixar de lado sua arte e sua personalidade para se tornarem mães perfeitas.


Cidade Feminista | Leslie Kern

Foto: Oficina Raquel/Divulgação

As cidades são, notadamente, reduto dos homens, em que às mulheres é imposto o status de segunda classe. Por meio de uma geografia de exclusão real e material, as mulheres encontram no ambiente urbano entraves e afirmações que reforçam papéis fundamentais de gênero e subjugam corpos femininos. Esse profuso debate sobre a relação entre as mulheres e a cidade está presente na obra da geógrafa canadense Leslie Kern, autora do livro Cidade Feminista (Oficina Raquel, 226 páginas, R$ 55).

Segundo a autora, as cidades foram pensadas para apoiar formas familiares patriarcais e funções sociais segregadas por gênero. Para desvendar esses mecanismos de poder e pensar alternativas, Kern reflete a partir de questões que emergem daquilo que chama de experiência corporificada de pessoas “que se incluem na categoria dinâmica e mutante de ‘mulheres’”.

Misturando experiência em primeira pessoa, cultura pop e um diálogo contundente com a teoria, a escritora se propõe pensar não apenas pelo viés do marcador de gênero, mas também a partir de raça, classe, sexualidade e capacidade, em um olhar interseccional sobre as desigualdades urbanas. Em meio a temas como transporte coletivo, segurança, acesso a banheiros públicos, gentrificação, desenho urbano e organização social como um todo, Kern assume uma posição feminista sobre as cidades. 

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