O jogo é do povo
Tempos atrás, escrevi nas redes sociais sobre a elitização do futebol. Comentei que o esporte havia surgido na elite, o povo o havia roubado e, com a transformação dos estádios em arena e do jogo em espetáculo e com a gentrificação constante dos espaços públicos, a elite estava roubando-o de volta. Horas depois, meu amigo Claiton Magalhães, profundo conhecedor da periferia de Porto Alegre, mandou mensagem lembrando-me que, em outras palavras, o povo ainda era dono do esporte, por conta da existência e da força do futebol de várzea.
Argumentou que nossa cidade tem times de diversas comunidades com 50, 60 anos de história. Disse que, apesar da inexistência de campeonato municipal, as ligas de bairro continuam funcionando, em meio à criminosa especulação imobiliária que engole os campos. E, claro, assim como no Murialdo, no Alim Pedro ou na Restinga, aqui na capital gaúcha as comunidades das periferias da maioria das cidades brasileiras mantêm a tradição de resistência do futebol de várzea.
E daí?
[Continua...]