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A volta ao mundo em 13 filmes

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A volta ao mundo em 13 filmes
Já escrevi aqui antes que a Mostra Internacional de Cinema de São Paulo é meu parque de diversões. A 42ª edição do festival terminou na última quarta-feira (31/10) – e mais uma vez me esbaldei nessa imersão cinéfila que nem pinto no lixo. Neste ano, tive a honra e a responsabilidade de presidir o júri da Associação Brasileira de Críticos de Cinema (Abraccine), cuja missão era premiar o melhor filme brasileiro de diretor estreante. Dentre os 17 longas assistidos e analisados pelo júri, que incluía mais quatro críticos colegas de entidade, o vencedor do Prêmio Abraccine foi Meio Irmão, de Eliane Coster. A produção paulista sobre dois jovens de periferia buscando sobreviver a problemas como a ausência da mãe e a violência ganhou também o Prêmio Petrobras de Cinema de Melhor Filme Brasileiro de Ficção, em uma escolha feita pelo público – o que endossou ainda mais nossa eleição. Além dos títulos nacionais que tive de ver, também explorei o cardápio de atrações estrangeiras da Monstra – como é carinhosamente apelidado o evento, que neste ano exibiu mais de 300 filmes. Minha maratona cinematográfica incluiu um total de 45 longas, oriundos dos mais diferentes países. Uma oportunidade única de assistir a produções premiadas e aclamadas recentemente nos principais festivais do mundo, algumas obras raras, vários indicados por seus países de origem ao próximo Oscar de filme estrangeiro. São títulos inéditos, que ainda vão demorar a estrear no Brasil ou sequer chegarão ao circuito exibidor nacional, infelizmente. Destaco aqui alguns desses trabalhos que tive o privilégio de conferir, em uma volta ao mundo em 13 filmes – alguns com data de estreia já prevista no país. 1) Guerra Fria (Polônia) – Um dos melhores longas da 42ª Mostra de SP, o drama ganhou o Prêmio de Melhor Direção no Festival de Cannes. Rodado em preto e branco, o filme retrata o amor impossível de um casal de polonoses tendo como pano de fundo a Guerra Fria na década de 1950 na Polônia, em Berlim, na antiga Iugoslávia e em Paris. Inspirado na história dos pais do diretor, Guerra Fria é o novo trabalho de Pawel Pawlikowski, vencedor do Oscar de filme estrangeiro com o igualmente ótimo Ida (2013). Estreia prevista: 7 de fevereiro de 2019. 2) A Casa que Jack Construiu (Dinamarca) – O polêmico diretor Lars von Trier volta com mais um filme perturbador, no qual exibe com requintes sádicos e desconcertante humor negro os brutais assassinatos cometidos por um psicopata ao longo de 12 anos. Em uma ácida crítica ao individualismo contemporâneo, o longa mostra Jack (Matt Dillon) contando ao sábio Virgílio (Bruno Ganz) como o descaso das autoridades e a indiferença dos habitantes locais contribuíram para que ele pudesse cometer esses crimes sem nunca ser descoberto. O filme já está em cartaz. 3) A Valsa de Waldheim (Áustria) – O contundente documentário da realizadora Ruth Beckermann revela o passado nazista do austríaco Kurt Waldheim, ex-secretário-geral da ONU. O paralelo com o Brasil atual é desconcertante: mesmo cientes da […]

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