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Oscar 2018 foi ousado só no discurso

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Oscar 2018 foi ousado só no discurso
O Oscar então chegou aos 90 anos. A mais prestigiada festa do cinema mundial comemorou no último domingo (4/3) a admirável data redonda com uma cerimônia que fez reverência à história e ao glamour da premiação. As inteligentes e empolgantes montagens de clipes misturando filmes antigos e contemporâneos, clássicos e títulos esquecidos, atores e atrizes de todos os tempos fizeram a alegria dos cinéfilos e celebraram apropriadamente essa indústria de sonhos; já os cenários investiram no luxo pesado e (assumidamente?) cafona para marcar a efeméride com pompa. “Para aqueles de vocês que dizem que Hollywood está fora de contato com a realidade, cada um dos 45 milhões de cristais Swarovski neste palco hoje à noite representa humildade”, brincou o apresentador Jimmy Kimmel referindo-se ao cenário refulgente. A tônica do evento, como era de se esperar, foram as manifestações de cunho comportamental e político lembrando questões como representatividade e igualdade de gênero e etnia no cinema, discriminação racial, assédio sexual e segregação a imigrantes e estrangeiros. Nada exatamente de novo no Oscar: nos últimos anos, a festa televisionada para o mundo inteiro cada vez mais tem servido de palanque para essas pautas, defendidas no microfone tanto por astros do primeiro time quanto por técnicos desconhecidos momentaneamente sob o foco dos holofotes. Nesta edição, a presença na plateia e no palco de apoiadores do Time’s Up, movimento criado para combater os assédios sexuais em Hollywood, colocou o tema ainda mais em destaque na noite. Assista ao trailer de A Forma da Água: A agenda engajada reverberou também na premiação. O México, por exemplo, patrolou entre os estrangeiros que levaram a estatueta: Guillermo del Toro ganhou o Oscar de direção por A Forma da Água, que levou ao todo quatro prêmios (incluindo melhor filme), garantindo a quarta vitória de um diretor mexicano nos últimos cinco anos, enquanto Viva – A Vida É uma Festa, inspirado na tradicional Festa dos Mortos mexicana, ganhou nas categorias animação e canção original (Remember Me). Assista ao trailer de Viva – A Vida É uma Festa: Já Jordan Peele, diretor do inventivo e inusitado longa de terror racial Corra!, foi o primeiro negro a ganhar o caneco de roteiro original. No disputadíssimo páreo de melhor longa estrangeiro, outro ineditismo: o vencedor foi o chileno Uma Mulher Fantástica, que se tornou o primeiro filme estrelado por uma pessoa transexual a levar um Oscar – a produção é inspirada e protagonizada pela talentosa atriz e cantora lírica Daniela Vega, que muito apropriadamente fez a apresentação na festa do concorrente Me Chame pelo Seu Nome, cuja história narra o nascimento de um romance homossexual. Assista ao trailer de Corra!: Assista ao trailer de Uma Mulher Fantástica: Aliás, a versão para o cinema de Me Chame pelo Seu Nome serviu de pretexto para o Oscar corrigir uma de suas muitas injustiças históricas: a adaptação para a tela do livro de André Aciman finalmente rendeu ao veterano cineasta James Ivory – diretor de joias como Os Europeus (1979), Uma Janela para o Amor […]

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