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Três (ou mais) perguntas para Caco Ciocler

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Três (ou mais) perguntas para Caco Ciocler
O ator Caco Ciocler estreou como diretor no audiovisual com Trópico de Câncer (2008), eleito melhor filme do Festival do Minuto. Seu primeiro longa-metragem foi Esse Viver Ninguém me Tira (2014), que participou das mostras competitivas do Festival do Rio e do Festival de Gramado, além de ganhar o prêmio do júri de Melhor Documentário no Festival de Cinema Brasileiro de Los Angeles. O filme conta a história de Aracy Moebius de Carvalho, mulher de Guimarães Rosa, que trabalhou no consulado na Alemanha e ajudou muitos judeus a emigrarem para o Brasil. Em 2019, Caco dirigiu seu segundo longa documentário, Partida, que estreia nas plataformas de streaming nesta quinta-feira (18/6) – data em que também será exibido no Belas Artes Drive-In, no Memorial da América Latina, em São Paulo. No filme, a atriz Georgette Fadel promete se candidatar à Presidência da República em 2022 e embarca em uma viagem de ônibus ao Uruguai, acompanhada de um grupo de atores e técnicos de cinema, na tentativa de passar a virada do ano ao lado do ex-presidente Pepe Mujica, sua maior inspiração política viva. O filme tem trilha sonora do musico Arthur de Faria. Nesta entrevista exclusiva, Caco Ciocler comenta a respeito de Partida, as diferenças entre atuar e dirigir, a ação cidadã que criou para ajudar no combate à pandemia, os projetos futuros e o que pensa do país atualmente: “Vejo o Brasil como um ônibus com duas forças antagônicas gritando nos ouvidos do motorista, um pedindo para virar à esquerda, outro à direita”. Como nasceu a ideia de Partida? Você tinha algum esboço de roteiro prévio ou o filme foi todo se construindo à medida em que ia sendo registrado? Tive essa ideia de tentar passar o Réveillon com o Mujica com um casal de amigos, um ano antes. Essa coisa dele morar em uma fazenda afastada, com um fusquinha e que ele recebia as pessoas sempre habitou o meu imaginário. Obviamente meus amigos me acharam um louco e não quiseram fazer. No ano seguinte, eu estava ensaiando uma peça com a Georgette (Fadel) e ela começou a falar essa coisa de se candidatar à Presidência da República, que já tinha essa premissa passeando um pouco entre a ficção e a realidade. Na hora eu fale pra ela: “Venha comigo fazer essa viagem. A ideia inicial era irmos apenas eu e Georgette em um carro, eu filmando enquanto ela dirigia e falava sobre seu pensamento político. Comecei a trocar áudios pelo WhatsApp com a Georgette pra ver que filme seria esse. Mas daí comecei a ver que teria de ter alguém para fazer o som, um câmera a mais, e já não cabia todo mundo em um carro só. Foi crescendo a equipe, os passageiros e o equipamento, e acabamos optando por um ônibus. Todo o filme foi sendo construído a partir desse time que estava sendo formado de uma maneira orgânica. Cada integrante novo abria uma janela de possibilidades de dramaturgia. Por exemplo, como uma câmera mulher organizava o […]

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