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Um dia, um disco: “DJANGOLOGY (1934-1948)” – DJANGO REINHARDT AND THE QUINTET OF HOT CLUB DE FRANCE WITH STÉPHANE GRAPPELLI, Bélgica

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Um dia, um disco: “DJANGOLOGY (1934-1948)” – DJANGO REINHARDT AND THE QUINTET OF HOT CLUB DE FRANCE WITH STÉPHANE GRAPPELLI, Bélgica
Do cigano espanhol Camarón de la Isla para o cigano belga Django Reinhardt. Acredite: se o Quinteto do Hot Club de Paris não tirar o teu astral dessa tipoia-quarentena nem Veveta consegue. Django, você sabe, foi o maior guitarrista de seu tempo – até hoje é tecnicamente impressionante, e você não tem isso fácil com um músico de cem anos atrás. Sediado em Paris, tocou e gravou com muita gente (Coleman Hawkins, Ben Webster etc.), compôs alguns dos raros standards do jazz não escritos por americanos e, mais que tudo, fundou um estilo: o jazz cigano – que o pessoal chama de jazz manouche -, seguido (talvez mais imitado do que seguido) até hoje por gente do mundo inteiro, de Porto Alegre a Tóquio. Django tocou com diferentes formações e gravou muuuuuito – praticamente tudo em discos de 78 rpm, uma música de cada lado: há um único LP, produzido pelo craque Norman Granz em 1953, quando mal surgia esse novo formato. Mas a formação mais clássica e inovadora foi mesmo essa do Hot Club, que durou de 1934 a 1948. Que som, gente! Onde mais você viu uma banda de jazz com três violões, baixo e violino – chegou a ter piano e dois violões -, e com ESTA dupla de solistas: Django e o fabuloso violinista francês Stéphane Grappelli, tão fundamental criador de uma linguagem quanto Reinhardt. Dando o chão, aquele tchum-TCHUM-tchum-TCHUM dos violões – um deles Joseph, irmão de Django – que misturou de uma forma até então inédita a linguagem nascente do swing jazz guitar do americano Charlie Christian com a tradição de violão cigano do leste europeu. Tem dois filmes maravilhosos sobre nosso herói. Django, de 2017, centrado na contradição de que os mesmo nazistas que mandavam ciganos para os campos de concentração eram apaixonados pela sua música em plena França ocupada. O outro é Poucas e Boas, do Woody Allen, de 1999, em que o Sean Penn vive um guitarrista de jazz americano dos anos 1930 obcecado pelo fato de ser o SEGUNDO melhor guitarrista do mundo. O primeiro, claro, vocês sabem quem era. Escute o disco Djangology (1934-1948) aqui.

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