Artigos

Um dia, um disco: “DOUBLE CONCERTO FOR FLUTE AND OBOE” – GYÖRGY LIGETI, Hungria

Change Size Text
Um dia, um disco: “DOUBLE CONCERTO FOR FLUTE AND OBOE” – GYÖRGY LIGETI, Hungria
Minha relação com a música erudita contemporânea da segunda metade do século 20 é entre tapas e beijos. Não sou um expert. Tem muita coisa que eu acho um saco, tem o que eu acho “arrã, senta lá, Cláudia”, e tem caras que eu amo profundamente. O maior deles é essa lindeza de judeu húngaro aí. Se você gosta de música de concerto conhece e sabe do que eu tô falando. Mas se você gosta de cinema é bem possível que goste e não saiba. Ligeti brilhou muito em trilhas de filmes do Kubrick. Tem mais outras nos seus filmes, mas duas peças dele o Stanley – sentiu a intimidade-Choque-de-Cultura? – colocou pra sempre no imaginário do século: Lux Aeterna, para coro, que é a música que se ouve saindo do monólito de 2001, e a segunda das Musica Ricercata, que acompanha a viagem dentro da noite do Tom Cruise em De Olhos Bem Fechados. A produção do Ligeti é gigantesca e, mais do que tudo, variada. Escolhi esse disco porque o que eu mais gosto dele é a música de câmara, e porque aí tem duas obras-primas do cara: o próprio Musica Ricercata – quem nunca ouviu, sugiro que comece por aí – e o Quarteto de Cordas N° 1, que é das melhores coisas que eu já ouvi na vida escritas pra essa formação. O disco ainda tem uma das tantas peças que ele escreveu pra reinventar o cravo no século 20 e um desesperador Concerto Duplo para Flauta e Oboé – mais San Francisco Polyphony, que não me diz nada. Se tu não costuma ouvir música erudita dos últimos cem anos, te garanto: Ligeti – que morreu em 2006, com 83 anos – é uma boa porta de entrada. Uma garantia de vastas emoções e pensamentos imperfeitos. Escute o disco aqui. Escute o Concerto Duplo para Flauta e Oboé:

Quer ter acesso ao conteúdo exclusivo?

Assine o Premium

Você também pode experimentar nossas newsletters por 15 dias!

Experimente grátis as newsletters do Grupo Matinal!

PUBLICIDADE

Esqueceu sua senha?