Se os herdeiros do Erik Satie pedissem de volta tudo que roubamos dele, desde gênios como o Tom Jobim até caras como o Yann Tiersen e eu, não iam ter onde guardar tanta coisa. Todo mundo já ouviu – ao menos em espera telefônica, ao menos sem saber – alguma Gnossienne ou Gymnopédie. Mas pouca gente conhece as espetaculares canções do Satie. Eu tenho muita dificuldade com canções “eruditas”. É raro que me convençam como canção e não percam – na minha cabeça – pra um Jobim, Noel ou Cole Porter. Mas aqui a coisa é seria. E com essa gênia canadense que é a Barbara Hannigan, cantora E regente, que me deixa estupefato cantando – e regendo – Händel ou Ligeti com a mesma excelência. Daí que, quando eu vi esse disco, um EPAAAAAAAAA gigante explodiu meu coração. Não deu outra: putaqueopariu! Tá, tem uma que outra coisa chata – o Hymne é um porre -, mas só as Três Melodias iniciais já valem a tua semana, creia. (As Outras Três Melodias também, e acho que só o Zappa foi páreo pro Satie em dar nomes pras músicas, né? Três Peças em Forma de Pera, Sonata Burocrática e por aí vamos.) Satie sempre é um alumbramento, um oasis de falsa simplicidade no meio daquela turma de franceses maravilhosos e complicadíssimos da virada do 19 pro 20. E as aulas de “menos é mais” que ele nos deu a todos compositores nascidos do século 20retumbam no coração de muito mais gente do que você pode suspeitar… Escute o disco Erik Satie: Socrate aqui.
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