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Um dia, um disco: “SABBATH BLOODY SABBATH” (1973) – BLACK SABBATH, Inglaterra

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Um dia, um disco: “SABBATH BLOODY SABBATH” (1973) – BLACK SABBATH, Inglaterra
Um álbum foda inglês que eu ouço desde a adolescência, quando achava 95% do rock uma bosta e amava quase que só o Pink Floyd, o Jethro Tull e o Black Sabbath – este, graças às aulas de devoção que eu tinha com o Marcão Acosta, guitarrista e amigo da vida toda, que foi quem me deu esse LP e sabe cada peido que o Tony Iommi deu na vida. Conheço todos os discos da banda, vi ao vivo com o Dio e achei bacana, vi nessa fabulosa turnê da volta e achei espetacular. Conheço até as fases beeem ruins. Por isso posso dizer com firmeza que esse é meu disco preferido, mas reza a lenda que o Ozzy não gosta muito porque acha que é jazz… Mas o que é que tem aqui? A originalidade profunda do Sabbath jogada na cara da sociedade. Se os Beatles inventaram a música pop, o Sabbath inventou tudo do rock pesado, e não me venham com Led Zeppelin ou Helter Skelter – sim, vocês têm razão, mas deixem eu me abraçar em tese furada. Só que não é isso que me pega, que eu não sou do roque. O que sempre me fascinou na banda é aquela exuberância de contraponto a três vozes entre melodia da voz, riffs de guitarra + baixo e a bateria que não para quieta. Não é melodia acompanhada por guitarra fazendo harmonia. Não é Mozart, é Bach. Tudo tão mais imensamente rico e interessante do que 90% do que se convencionou a chamar de hard rock, metal ou coisa parecida. Fora disso, tem coisas como a instrumental acústica Fluff, com o Tony Iommi tocando lindamente tudo menos o baixo – o que inclui piano e cravo -; a participação do Rick Wakeman no piano e minimoog de Sabbra Cadabra; o brilhante arranjo cheio de climas de Who Are You” o Ozzy maravilhoso com seu timbre de velha bruxa saída do inferno; as aulas de criatividade que o Bill Ward dá na bateria – me dei ao trabalho de transcrever, nota a nota, o que ele faz em Sabbath Bloody Sabbath e quase concordo com o Ozzy: aquilo é (quase) jazz -; o baixo sempre discreto e sólido do Geezer Butler, que segura as ondas do solo sem deixar vazio em nada; a orquestra de cordas em Spiral Architect… Tem músicas mais ou menos, até banais? Tem. Mas, porra, um disco que tem Sabbath Bloody Sabbath, Who Are You, Fluff, Sabbra Cadabra, Spiral Architect pode aguentar Killing Yourself to Live. Escute o disco Sabbath Bloody Sabbath aqui.

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