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“20 Dias em Mariupol” denuncia a destruição russa

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“20 Dias em Mariupol” denuncia a destruição russa Synapse Distribution/Divulgação

Indicado ao Oscar de Melhor Documentário deste ano e vencedor na categoria em competições como o BAFTA e o Festival de Sundance, o filme 20 Dias em Mariupol (2023) entra em cartaz nesta quinta-feira (7/3). A produção dirigida por Mstyslav Chernov acompanha um grupo de jornalistas ucranianos que registram a invasão da Rússia na cidade ucraniana de Mariupol no começo de 2022.

O longa registra em imagens dramáticas o cerco à cidade da Ucrânia no início da invasão do país pelas tropas russas, incluindo bombardeios a zonas residenciais, hospitais e maternidades. Primeiro encurralada e depois sem ter como sair do local, a equipe jornalística do ucraniano Mstyslav Chernov testemunha a luta de médicos e enfermeiros para tratar de civis feridos em meio ao caos dos combates e à falta de remédios e equipamentos.

Localizada às margens do Mar de Azov, Mariupol ocupa uma posição estratégica no eixo entre a Crimeia, anexada pela Rússia em 2014, e a região ucraniana de Donbass, de tendência separatista. A tomada pelos russos de Mariupol – que deixou pelo menos 25 mil mortos – cortou o acesso da Ucrânia à região portuária pela qual o país exporta itens como milho, aço e carvão para a Ásia e o Oriente Médio.

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Synapse Distribution/Divulgação

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Cineasta e fotojornalista vencedor do prêmio Pulitzer pelo trabalho de cobertura do ataque retratado em 20 Dias em Mariupol, Chernov já cobriu conflitos no Iraque, Afeganistão e em Kiev, capital da Ucrânia. Para compor o documentário, ele e seus companheiros de equipe – correspondentes da The Associated Press, também produtora do longa – estiveram presentes desde o início da invasão russa, do primeiro bombardeio ao corte de água, suprimentos e torres de sinal de comunicação. Eles também foram os últimos jornalistas a permanecer na cidade: enquanto filmavam a situação local, fugiam dos soldados russos para não serem capturados.

“A primeira reação é o caos. As pessoas não sabem o que está acontecendo e entram em pânico. No começo, eu não consegui entender por que Mariupol desmoronou tão rapidamente. Agora sei que foi por falta de comunicação. Sem nenhuma informação saindo de uma cidade, sem fotos de prédios demolidos e crianças morrendo, as forças russas podiam fazer o que quisessem. Se não fosse por nós, não haveria nada (exposto). É por isso que corremos tantos riscos para poder mostrar ao mundo o que vimos, e foi isso que fez com que a Rússia estivesse suficientemente brava para nos caçar. Nunca achei que quebrar o silêncio fosse tão importante”, afirma Chernov.

As chocantes, mas necessárias imagens de 20 Dias em Mariupol – documentário favorito a levar o Oscar da categoria no próximo domingo (10/3) – nos lembram mais uma vez que não há causa que justifique os desastres da guerra, cujas maiores vítimas geralmente são mulheres, crianças e idosos.

Synapse Distribution/Divulgação

20 Dias em Mariupol: * * * * *

COTAÇÕES

* * * * * ótimo     * * * * muito bom     * * * bom     * * regular     * ruim

Assista ao trailer de 20 Dias em Mariupol:

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