Ivan Klingen, TvZero/Divulgação
Documentário sobre a cantora que ajudou a tirar do anonimato muitos dos maiores sambistas da história, Andança – Os Encontros e as Memórias de Beth Carvalho (2022) chega aos cinemas depois de levar o prêmio de Melhor Filme pelo júri popular no 17º Festival Aruanda do Audiovisual Brasileiro, em João Pessoa. O longa escrito e dirigido por Pedro Bronz teve sua primeira exibição no Festival do Rio de 2022, em uma emocionante sessão seguida da roda de Moacyr Luz e o Samba do Trabalhador.
O roteiro de Andanças leva também a assinatura do jornalista e escritor Leonardo Bruno, autor de diversos livros sobre a história do samba – incluindo o recente Beth Carvalho: De pé no chão, publicado pela editora Cobogó. As imagens e áudios do documentário são em grande parte retiradas do vasto acervo compilado em 53 anos de carreira por Beth Carvalho (1946 – 2019), nas mais diferentes mídias: Super-8, VHS, Mini DV, cassete e fotos.
Criada na zona sul do Rio de Janeiro em uma família de classe média, Elizabeth Santos Leal de Carvalho iniciou sua trajetória musical na bossa nova. Com o tempo, a intérprete percebeu que aquela não era bem a sua praia.
Assim, tomando como suas principais referências Clementina de Jesus e Elizeth Cardoso – cantoras para quem dedicou seu primeiro álbum de samba, Canto por um Novo Dia (1973) –, Beth se entregou aos ritmos da periferia, mudando o curso de sua carreira e mesmo o futuro de todo um gênero musical.
Até seus últimos momentos, a “Madrinha do Samba” se dedicou a fazer registros audiovisuais de todos os grandes sambistas que passaram por seu caminho. Nelson Cavaquinho, Cartola, Almir Guineto, Jorge Aragão, Zeca Pagodinho, Arlindo Cruz e Luiz Carlos da Vila, entre outros tantos nomes de diferentes gerações, tiveram suas composições registradas, estudadas e gravadas na voz da cantora.
Levando o samba do morro aos estúdios de gravação, Beth emplacou dezenas de sucessos, como Folhas Secas (clássico de Nelson Cavaquinho e Guilherme de Brito), Vou Festejar (hit de Jorge Aragão, Dida e Neoci) e Coisinha do Pai (Almir Guineto, Jorge Aragão e Luiz Carlos da Vila).
Pouco antes da morte da cantora, o cineasta Pedro Bronz propôs a Beth que seu valioso acervo fosse transformado em documentário. Com o aval da artista, a equipe começou um trabalho minucioso de restauração do material.
No total, 800 fitas VHS foram abertas, limpas e redigitalizadas. Cerca de 2 mil horas de memórias em formato de vídeo passaram então por uma difícil curadoria até caberem em um longa-metragem de duas horas. “Quem escreveu esse filme foi a própria Beth Carvalho”, define o roteirista Leonardo Bruno, roteirista.
Andança – Os Encontros e as Memórias de Beth Carvalho: * * *
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Assista ao trailer de Andança – Os Encontros e as Memórias de Beth Carvalho:
