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Assassinato de luxo descendo o rio Nilo

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Assassinato de luxo descendo o rio Nilo Disney/Divulgação

O ator e diretor Kenneth Branagh está novamente atrás e à frente das câmeras em mais uma adaptação de um romance policial de Agatha Christie. Depois de dirigir e protagonizar Assassinato no Expresso do Oriente (2017), o irlandês volta a encarnar o detetive belga Hercule Poirot em Morte no Nilo (2022), que entra em cartaz nesta quinta-feira (10/2).

Como é de praxe nas versões para as telas das histórias detetivescas da escritora inglesa, Morte no Nilo reúne um elenco internacional de astros e estrelas em cenários luxuosos e exóticos. Na trama, durante sua viagem de lua de mel pelo Egito, Linnet Ridgeway (Gal Gadot) e Simon Doyle (Armie Hammer) são importunados por Jacqueline de Bellefort (Emma Mackey), ex-noiva de Doyle que não aceita ter sido trocada pela melhor amiga.

Para fugir ao assédio, o casal convida os amigos para celebrar a união em um cruzeiro pelo rio Nilo em um barco – no qual Jacqueline acabará também embarcando. A bordo do luxuoso Karnak e diante das majestosas estátuas dos templos de Abu Simbel, ocorre a tragédia: a rica herdeira Linnet é misteriosamente morta durante a noite – e, como sempre nos enredos de Agatha Christie, quase todos os convidados tinham motivos para matá-la.

Disney/Divulgação

Entre os cosmopolitas passageiros está Poirot, que se empenha em desvendar o assassinato. Enquanto as investigações têm início no próprio barco, novas mortes ocorrem com o intuito de encobrir a verdade, tornando o caso mais difícil de se solucionar a cada hora que passa.

O elenco estelar de Morte no Nilo inclui ainda Annette Bening, Tom Bateman, Russell Brand, Ali Fazal, Sophie Okonedo e Letitia Wright, entre outros nomes. O roteiro é de Michael Green, responsável também pela história de Assassinato no Expresso do Oriente – mas, diferentemente dessa adaptação de outra novela da “Rainha do Crime”, Morte no Nilo coloca em cena personagens com perfis mais complexos e menos esquemáticos. O retrato de Poirot é particularmente melhor esboçado, revelando o passado traumático do protagonista antes de ter se tornado o detetive mais famosos do mundo, além de suas contradições e inseguranças.

Disney/Divulgação

Branagh replica o glamour colonialista da versão de Morte no Nilo dirigida por John Guillermin em 1978 – na época já uma homenagem saudosista à era de ouro de Hollywood, caso também do filme atual –, acrescentando porém toques contemporâneos, como as sensualíssimas cenas de dança de Armie Hammer com Emma Mackey e Gal Gadot.

Diferentemente do pesado e aborrecido Assassinato no Expresso do Oriente, Morte no Nilo consegue contornar, ao menos em parte, a artificialidade afetada do enredo e dos diálogos muito graças à maneira moderna com que é filmado. A bela fotografia e, em especial, o dinamismo da câmera de Haris Zambarloukos – diretor de fotografia de Belfast (2021), filme também dirigido por Kenneth Branagh e indicado ao Oscar em sete categorias –, que se movimenta constantemente em cena, colaboram para que as duas horas de Morte no Nilo tornem-se uma viagem fluida e escapista.

Disney/Divulgação

Morte no Nilo: * * *    

COTAÇÕES

* * * * * ótimo     * * * * muito bom     * * * bom     * * regular     * ruim

Assista ao trailer de Morte no Nilo:

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