Romain Duris e Virginie Efira, dois dos nomes mais populares do cinema francês contemporâneo, protagonizam o drama Esperando Bojangles (2022), comédia dramática inspirada no premiado romance de Olivier Bourdeaut. O filme dirigido por Régis Roinsard acompanha o apaixonado e turbulento relacionamento de um casal totalmente fora do convencional.
Na história ambientada em meados dos anos 1950, o menino Gary (Solan Machado Graner) vive com seus pais Georges (Duris) e Camille (Efira) e um pássaro exótico em um apartamento em Paris. Todas as noites, o casal dança sua música favorita, Mr Bojangles, e a família leva uma vida de festa e diversão, pouco ligando para as convenções burguesas e questões práticas como trabalho e dinheiro. Essa rotina idílica e hedonista, porém, vai ser abalada quando a linda e impulsiva Camille começa a sucumbir em sua própria instabilidade emocional e mental.
“Meus amigos me falavam para ler o livro. ‘Foi feito para você adaptar, é a sua cara’, diziam. O romance tinha acabado de sair, ganhado vários prêmios, só críticas positivas, e estava vendendo muito. Tinha certeza de que vários produtores já estavam querendo comprar os direitos. Então resolvi não ler”, diverte-se o realizador, acrescentando que as pessoas continuavam insistindo para ele ler o livro – até que sua esposa leu o texto e deu-lhe um ultimato: “Se você não fizer esse filme, eu me separo de você”.
Protagonista de filmes como Adeus, Idiotas (2020), Benedetta (2021) e O Segredo de Madeleine Collins (2021), Virginie Efira conta que só foi ler o livro também depois de ter sido convidada pelo diretor para atuar em Esperando Bojangles. Como referência para a personagem, a atriz belga conta que pensou na norte-americana Gena Rowlands, estrela de clássicos como Faces (1968) e Uma Mulher Sob Influência (1974): “Eu também pensei que não é Camille quem enlouquece, mas as outras pessoas. Eu tive muitas ideias sobre ela. Uma coisa que é legal quando você trabalha com um diretor pela primeira vez é o confronto de opiniões. Eu chegava repleta de fotos, ideias e propostas, e ele me mostrava outro caminho. Ou, em outras vezes, concordava comigo”.
Já Romain Duris – astro de títulos Albergue Espanhol (2002) e Em Paris (2006) e O Último Suspiro (2018) – revela que se identificou bastante com seu personagem: “Ele é uma figura familiar: alegrias e dramas estão misturados em sua vida, como acontece com todo mundo, e ele tenta lidar com isso. Eu sou um pouco assim. Seja lá o que acontece comigo, sempre procuro a leveza”.
Diretor e roteirista de A Datilógrafa (2018), divertida comédia de época também ambientada no final da década de 1950 e igualmente protagonizada por Duris, Régis Roinsard não consegue repetir a leveza nostálgica daquele filme em Esperando Bojangles, que patina entre a comédia boba e implausível na primeira parte e o melodrama pesado no final.
Esperando Bojangles: * *
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