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“Eternos” defende a diversidade dos super-heróis

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“Eternos” defende a diversidade dos super-heróis Disney/Divulgação

Entra em cartaz nos cinemas brasileiros nesta quinta-feira (4/11) o filme Eternos (2021), aguardada incursão da oscarizada diretora e roteirista Chloé Zhao no universo Marvel. A produção leva para o cinema os super-heróis criados pelo desenhista e roteirista Jack Kirby, que ganharam uma série própria em quadrinhos a partir de 1976.

Personagens com presença discreta nas publicações da editora Marvel – a exceção é Thanos, integrante dessa mitologia que acabou virando um dos principais vilões das HQs e dos cinemas –, os Eternos do filme são 10: Ajak (Salma Hayek), Ikaris (Richard Madden), Sersi (Gemma Chan), Thena (Angelina Jolie), Duende (Lia McHugh), Phastos (Bryan Tyree Henry), Makkari (Lauren Ridloff), Kingo (Kumail Nanjiani), Gilgamesh (Ma Dong-seok) e Druig (Barry Keoghan).

A história se passa após os eventos de Vingadores: Ultimato (2019), quando uma tragédia inesperada força os Eternos, ancestrais alienígenas que vivem na Terra em segredo há milhares de anos, saem das sombras para se reunirem contra o inimigo mais antigo da humanidade, os seres monstruosos Deviantes. Enquanto tentam superar ressentimentos e memórias dolorosas a fim de juntarem seus poderes, os Eternos são obrigados a se confrontar com a verdadeira natureza de sua missão no planeta.

Disney/Divulgação

Chinesa radicada nos Estados Unidos, Chloé Zhao destaca o multiculturalismo e a diversidade étnica em Eternos, com personagens e intérpretes latinos, asiáticos e indianos, além de ressaltar a inclusão como no caso de Phastos, primeiro herói gay da Marvel no cinema, negro casado com um homem de ascendência árabe, com quem tem um filho pequeno, e de Makkari, surda como a atriz Lauren Ridloff – nos quadrinhos, o Eterno mais rápido do cosmos é um homem com audição.

Outro mérito do novo filme da realizadora de Domando o Destino (2017) e Nomadland (2020) – que rendeu a Zhao os prêmios Oscar de melhor filme e direção – é a dimensão humana dos super-heróis. Como na franquia Vingadores, a aventura abre bastante espaço para o humor – são particularmente divertidas as aparições de Kingo, que virou um galã canastrão de filmes indianos de Bollywood, e seu simpático mordomo (Harish Patel).

Nesse sentido, a figura com mais densidade é a sensível Sersi, dividida entre a paixão pelo namorado humano Dane Kit Harington, o Jon Snow de Game of Thrones – e o amor por Ikaris, que a abandonou. A atriz Gemma Chan consegue dar o tom hesitante da personagem, em uma interpretação mais contida e pontuada por silêncios – o que não é muito usual nos frenéticos blockbusters de ação e aventura atuais.

Disney/Divulgação

Mas Eternos, claro, não deixa de ser mais uma superprodução com criaturas de poderes sobrenaturais, explosões fabulosas, viagens no espaço, efeitos especiais computadorizados, raios, brigas, correria e barulheira. Apesar da simpatia que vários dos protagonistas despertam, o filme não se desvencilha dos clichês do gênero, apresentando uma trama infantilizada e absurda típica da maioria dos filmes baseados em quadrinhos. No final das contas, os Eternos seguem no cinema disputando a série B dos super-heróis.

Eternos: * *  

COTAÇÕES

* * * * * ótimo     * * * * muito bom     * * * bom     * * regular     * ruim

Assista ao trailer de Eternos:

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