
Um dos filmes brasileiros mais aguardados dos últimos tempos, Meu Nome É Gal (2023) chega aos cinemas nesta quinta-feira (12/10). Protagonizado por Sophie Charlotte, o longa conta a história de Gal Costa (1945 – 2022) desde a chegada da tímida jovem ao Rio de Janeiro em 1966 até o desabrochar como artista exuberante em 1971 no antológico show Fa–Tal – Gal a Todo Vapor.
Dirigido por Dandara Ferreira e Lô Politi – que também assina o roteiro ao lado de Ricky Hiraoka –, Meu Nome É Gal conta a história de Gracinha, como a baiana era conhecida antes de ser tornar Gal Costa, que se muda aos 20 anos para o Rio e se junta aos companheiros de arte e vida Caetano Veloso (Rodrigo Lelis), Maria Bethânia (interpretada pela diretora Dandara Ferreira), Gilberto Gil (Dan Ferreira) e Dedé Gadelha (Camila Mardila).
O ator e humorista Luis Lobianco aparece no papel do empresário Guilherme Araújo, que acompanha a escolha do nome artístico de Maria da Graça para Gal Costa, assim como administra o lançamento da carreira artística da cantora. Já George Sauma interpreta o poeta, compositor e diretor Waly Salomão – figura fundamental na construção do contexto estético da turnê Fa–Tal – Gal a Todo Vapor, considerada um marco na trajetória da intérprete e que a consolidou como a voz da contracultura brasileira.

A diretora Dandara Ferreira já tinha dirigido em 2017 uma minissérie documental para a HBO sobre a cantora, chamada em O Nome Dela É Gal. Com 57 anos de carreira musical, Gal Costa gravou mais de 30 discos e diversos prêmios como o Grammy Latino à Excelência Musical, recebido pelo conjunto de sua obra. Além de Meu Nome É Gal – canção composta por Erasmo e Roberto Carlos em 1969 –, a preciosa trilha sonora do filme inclui canções como Baby, Divino Maravilhoso, Eu Vim da Bahia, Alegria, Alegria, Coração Vagabundo, Mamãe, Coragem e Vaca Profana.
Um dos destaques da produção é a presença de Sophie Charlotte – escolha que teria sido aprovada pela própria Gal Costa, que morreu antes de assistir ao filme finalizado. Além de encarnar com talento a protagonista, a atriz também canta as músicas de Meu Nome É Gal, exibindo uma voz afinada e bela, de timbre semelhante ao de Gal – ainda que um pouco mais grave e menos cristalina.
Se a narrativa acerta em colocar em contrastar o panorama político, social e comportamental do Brasil da virada dos anos 1960 e 1970 sob a égide da ditadura militar com o entusiasmo criativo renovador de Gal e dos artistas colegas de tropicalismo – pontuando a narrativa com imagens e filmes de época –, Meu Nome É Gal claudica no roteiro esquemático e pouco inspirado, pontuado por diálogos artificiosos que carecem de espontaneidade.


Meu Nome É Gal: * * *
COTAÇÕES
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