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A vingança é um prato que se come gelado em “Oldboy”

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A vingança é um prato que se come gelado em “Oldboy” Pandora Filmes/Divulgação

Quando estreou há 20 anos, o impactante Oldboy (2003) lançou luz sobre a obra do diretor Park Chan-wook e o cinema sul-coreano contemporâneo. Duas décadas depois, o vencedor do Grande Prêmio do Júri no Festival de Cannes de 2004 volta aos cinemas em versão restaurada, mostrando de novo na tela grande a saga violenta e desconcertante de um homem que deseja se vingar de quem o manteve em cativeiro durante 15 anos.

Em sua reestreia nos Estados Unidos, Oldboy ficou entre os 10 mais vistos, fazendo uma média de público por sessão que perdeu apenas para Barbie (2023). Além da distinção em Cannes concedida pelo júri então presidido pelo cineasta Quentin Tarantino, o longa também foi premiado na época em festivais de Hong Kong, Inglaterra, Itália e no português Fantasporto, entre outros. Na Coreia do Sul, foi o título mais visto no ano de seu lançamento original, em 2003.

Na época do lançamento do filme nos EUA, em 2005, Park disse ao jornal Seattle Times que Tarantino o procurou pessoalmente para conversar sobre o longa: “Ele era capaz de descrever cada cena do filme. Ele lembrava de todos os detalhes sobre enquadramento e montagem, que até eu mesmo havia esquecido. Ele estava tão empolgado que parecia estar falando de um filme que nem era meu. Ele me fez querer rever meu filme”.

Pandora Filmes/Divulgação

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Protagonizado pelo ator Choi Min-sik, Oldboy acompanha o enigmático destino de um homem que foi misteriosamente sequestrado e encarcerado. Logo, o protagonista Oh Dae-Su descobre que sua esposa foi assassinada e ele é o principal suspeito. Quando é finalmente libertado – por razões igualmente desconhecidas – depois de 15 anos preso, o personagem tem cinco dias para descobrir quem foi seu raptor, o que aconteceu de verdade e realizar sua vingança.

Adaptado de um mangá de Garon Tsuchiya e Nobuaki Minegishi, Olboy é uma explosão de ação estilizada e tensão constante, cuja narrativa sinuosa e lacunar intriga e captura a atenção. “Obviamente, tudo é exagerado em Olboy porque é uma fábula, mas o que realmente me interessa é como as pessoas hoje lidam com a consciência pesada. Meus personagens não são maus, eles são basicamente pessoas boas que se veem incapazes de viver com suas emoções mais sombrias e sofrem uma tragédia como resultado”explica o cineasta.

Pandora Filmes/Divulgação

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Ao lado dos também notáveis Mr. Vingança (2002) e Lady Vingança (2005), Oldboy compõe um tríptico que o diretor chama de sua Trilogia da Vingança. Park, cuja carreira começou em 1992, já era um cineasta sul-coreano de certo prestígio, mas pouco conhecido fora de seu país quando Oldboy estourou no mundo todo depois de Cannes.

Desde então, o diretor já assinou diversos filmes como Sede de Sangue (2009), Segredos de Sangue (2013) e Decisão de Partir (2022) e a minissérie The Little Drummer Girl (2018), além de conquistar dezenas de prêmios pelo mundo – como o Alfred Bauer de Contribuição Artística no Festival de Berlim por Eu Sou um Cyborg, e Daí? (2006) e o britânico BAFTA de melhor filme em língua não-inglesa por A Criada (2016). Já em Cannes, além da consagração de Oldboy em 2004, Park levou o Prêmio do Júri em 2009 por Sede de Sangue e foi eleito Melhor Diretor em 2022 com Decisão de Partir.

Pandora Filmes/Divulgação

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Oldboy: * * * * *

COTAÇÕES

* * * * * ótimo     * * * * muito bom     * * * bom     * * regular     * ruim

Assista ao trailer de Oldboy:

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