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Oscar 2021 para ver em casa

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Oscar 2021 para ver em casa "Nomadland". Altitude Film/Divulgação

O Oscar foi bem diferente neste ano. Por conta da pandemia, a produção trocou o tradicional espetáculo cheio de apresentações musicais ao vivo em um teatro por uma festa de premiação mais discreta – mas nem por isso muito menos glamourosa –, com a presença de grande parte dos indicados em Los Angeles e entradas ao vivo de locais em cidades como Londres. O resultado foi um evento mais sóbrio e menos atraente artisticamente – em compensação, porém, mais curto e menos aborrecido.

Destacamos seis filmes premiados na cerimônia do último domingo (25/4) que já estão disponíveis no Brasil nas plataformas de streaming ou em cartaz nos cinemas – lembrando que, no Rio Grande do Sul, as salas de exibição permaneciam fechadas até pelo menos esta quinta-feira (29/4).

  • Nomadland – em cartaz nos cinemas

“Nomadland”. Altitude Film/Divulgação

O grande vencedor da noite do Oscar 2021 foi Nomadland, que levou as estatuetas de melhor filme, direção Chloé Zhao, chinesa de 39 anos conhecida por trabalhar no cinema independente americano – e atriz, para Frances McDormand. A história acompanha uma mulher com cerca de 60 anos que abandona a cidade em que morava após o colapso econômico de 2008, passando a rodar pelos Estados Unidos em uma van, trabalhando em empregos temporários no caminho e dormindo dentro do próprio veículo.

McDormand está ótima como a protagonista Fern, interagindo com pessoas que realmente vivem como nômades e interpretam a si próprios – o que acrescenta a Nomadland um interessante tom documental. Outro destaque do filme é a bela fotografia, que registra as cores e as profundidades de campo das grandiosas e amplas paisagens naturais norte-americanas.

  • Meu Pai – disponível nas plataformas NOW, Google Play e Petra Belas Artes à la Carte

“Meu Pai”. California Filmes/Divulgação

Dirigido pelo dramaturgo francês Florian ZellerMeu Pai concorria em seis categorias, levando os prêmios de melhor ator (Anthony Hopkins) e roteiro adaptado (Zeller e Christopher Hampton). O drama é focado na relação entre Anthony (Hopkins) e sua filha Anne (Colman). Aos 81 anos, o idoso vive sozinho em um apartamento em Londres e recusa a ajuda de enfermeiros e cuidadores que a filha tenta lhe impor. Quando Anne resolve se mudar para Paris com seu companheiro, surge um impasse: como o pai, que sofre de sérios lapsos de memória, ficará completamente sozinho?

Hopkins está soberbo ao estampar no olhar e no rosto o espanto e o desamparo de pressentir-se sofrer um lento processo de desagregação da consciência.

“Meu Pai” comove mostrando a lenta agonia da razão

  • Judas e o Messias Negro – em cartaz nos cinemas

“Judas e o Messias Negro”. Warner Bros./Divulgação

O filme conta história real de ascensão e queda de Fred Hampton (Daniel Kaluuya), ativista dos direitos dos negros e revolucionário líder do partido dos Panteras Negras. Jovem figura proeminente na política, ele atrai a atenção do FBI, que consegue infiltrar William O’Neal (LaKeith Stanfield) entre os Panteras Negras, provocando posteriormente o assassinato de Hampton.

Judas e o Messias Negro levou os Oscar de melhor canção original e ator coadjuvante, para o excelente Kaluuya – artista inglês que já tinha brilhado no terror Corra! (2017).

  • Minari – Em Busca da Felicidade – em cartaz nos cinemas

“Minari – Em Busca da Felicidade”. Diamond Films/Divulgação

A trama gira em torno de uma família coreana-estadunidense que se muda para uma pequena fazenda em Arkansas em busca de recomeçarem a vida e alcançarem o tão prometido “sonho americano”. No entanto, o cotidiano de Jacob (Steven Yeun) e de sua família vai mudar bastante com a chegada da sogra – especialmente para o filho caçula, o adorável David (Alan Kim).

Com Minari – Em Busca da Felicidade, Yeun se tornou o primeiro asiático-americano e a primeira pessoa do leste asiático a ser indicado ao Oscar de melhor ator. Já Yuh-Jung Youn, de 73 anos, foi a primeira intérprete sul-coreana a vencer o principal prêmio no cinema ao ganhar a estatueta de melhor atriz coadjuvante por seu papel de uma avó irreverente e pouco convencional.

  • Mank – disponível no Netflix

“Mank”. Netflix/Divulgação

O genial filme dirigido por David Fincher conta a história tumultuosa de Herman J. Mankiewicz (Gary Oldman), roteirista da obra-prima Cidadão Kane (1941) e sua luta contra o diretor Orson Welles (Tom Burke) pelo crédito do texto do grandioso longa. A virtuosística fotografia em preto e branco de Mank – que evoca a própria fotografia de Cidadão Kane – e o design de produção do filme foram premiados no Oscar.

  • Druk – Mais uma Rodada – NOW e cinemas

“Druk – Mais uma Rodada”. Henrik Ohsten, Vitrine Filmes/Divulgação

No centro da trama de Druk estão quatro professores de uma pacata escola de ensinos fundamental e médio de uma cidadezinha dinamarquesa que, a fim de sair do seu marasmo existencial, decidem testar uma ousada teoria do psiquiatra norueguês Finn Skårderud: segundo o pesquisador, todo mundo seria mais feliz, relaxado e produtivo se mantivesse constantemente uma quantidade mínima e controlada de álcool no sangue. Assim, o quarteto mergulha de cabeça no experimento etílico, bebendo diariamente inclusive durante o trabalho, de maneira monitorada.

Beba sem moderação

Ganhador do Oscar de melhor filme internacional, é uma nova colaboração do cineasta Thomas Vintenberg com o excelente ator Mads Mikkelsen como protagonista – a parceria entre ambos no ótimo A Caça (2012), em que Mikkelsen também interpreta um professor, rendeu os prêmios de melhor ator e diretor em Cannes 2012.

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