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Retrato de uma mãe-coragem na periferia

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Retrato de uma mãe-coragem na periferia Zeta Filmes/Divulgação

Ganhador do Ensemble Prize na mostra Un Certain Regard do Festival de Cannes do ano passado, o filme francês A Boa Mãe (2021) entra em cartaz nos cinemas brasileiros nesta quinta-feira (16/6). Segundo longa dirigido pela francesa de origem tunisiana Hafsia Herzi, o tocante drama acompanha o cotidiano de uma doce matriarca cuja força e perseverança mantém unida uma família de imigrantes que vivem na periferia.

Em A Boa Mãe, Nora (a ótima estreante Halima Benhamed) trabalha como faxineira e cuida dos filhos e netos em um conjunto habitacional no norte de Marselha. Imigrante do Norte da África, essa mãe-coragem preocupa-se com o filho mais velho Ellyes (Mourad Tahar Boussatha), que está preso há vários meses por roubo e aguarda seu julgamento com um misto de esperança e ansiedade. Nora faz tudo para que essa espera seja o menos dolorosa possível, ao mesmo tempo em que batalha pelo sustento do lar e tenta resolver os problemas domésticos – lutando para manter seu clã longe de problemas como a falta de dinheiro e emprego, o tráfico de drogas e a prostituição.

Zeta Filmes/Divulgação

“É uma história que sempre quis contar. Comecei o roteiro em 2007. Essa mãe personagem corajosa me fascinou desde que eu era pequena. Fui criada sozinha pelo minha mãe, que era faxineira. Meu pai faleceu quando eu era muito jovem. Eu tenho uma admiração sem limites por essa mulher que, quando acordávamos pela manhã, tinha preparado tudo para nós e já tinha saído para o trabalho. Eu queria fazer um filme sobre ela e todas as mulheres, sejam quais forem suas origens, que esquecem a si mesmas e constantemente colocam seus filhos em primeiro lugar”, explica a diretora, roteirista e atriz Hafsia Herzi, que estreou frente às câmeras no filme O Segredo do Grão (2007), de Abdellatif Kechiche, recebendo pelo papel o Prêmio Marcello Mastroianni no Festival de Veneza e o César de Melhor Revelação Feminina em 2008.

O título original, Bonne Mère, propõe um jogo de palavras: bonne, em francês, significa tanto “boa” quanto “doméstica”. “A boa mãe do filme também é Marselha e Notre-Dame de la Garde (Nossa Senhora da Guarda), que segura o filho nos braços e zela pela cidade, da mesma forma que Nora, a heroína, cuida de sua família”, compara a realizadora Hafsia.

Zeta Filmes/Divulgação

A Boa Mãe: * * * *

COTAÇÕES

* * * * * ótimo     * * * * muito bom     * * * bom     * * regular     * ruim

Assista ao trailer de A Boa Mãe:

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