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As obras digitais de Marinho Neto que buscam transformar a realidade

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As obras digitais de Marinho Neto que buscam transformar a realidade "Esperando o metrô em São Paulo", de Marinho Neto. Foto: Divulgação

Artista expõe série recente na exposição Passos sobre os abismos, na Galeria Tina Zappoli

Marinho Neto é natural de Aracaju, Sergipe, mas vive em Porto Alegre desde os anos 1980. Foi na capital gaúcha, lugar para onde se mudou para estudar jornalismo, que encontrou o amor pela arte. Na fotografia encontrou o seu meio de expressão. Desde então, vem produzindo com o desejo central de modificar as coisas visíveis. “Meu processo criativo é um desejo constante em modificar a realidade. E isto vem desde sempre. Mesmo antes desta época  digital, quando trabalhava com o processo analógico”, aponta o artista. Para isso, ele trabalha com meios digitais, criando obras que vão além da mídia tradicional e expandem os contornos entre fotografia, desenho e pintura. “Quando passei a utilizar o processo digital, no início dos anos 2000, as possibilidades de transformação se tornaram infinitas e deram um enorme impulso aos meus objetivos”, afirma. 

Na exposição Passos sobre os abismos, o artista apresenta uma série recente de obras digitais, trabalhos que se debruçam sobre cenas mundanas, comuns, paisagens urbanas e retratos. “São tentativas de vencer os abismos”, comenta Neto. O ponto de partida da sua produção é a fotografia – meio que utiliza há mais de 50 anos – e sobre ela camadas se sobrepõem, acrescentando e modificando cores e texturas, criando, assim, uma nova relação com a realidade capturada pela câmara. 

“Criminal minds”, de Marinho Neto. Foto: Divulgação

A fotografia é, por sua própria natureza, um meio ambíguo: por um lado, captura o real, mas é também fruto de um olhar específico, que propõe um recorte e apresenta aos espectadores aquilo que deseja mostrar. Como um filtro que se interpõem diante da realidade fotografada. No caso de Neto, o filtro é composto pelas camadas que se somam para chegar à construção da imagem final. Seu interesse não está em retratar a realidade, mas sim em criar novas: “Minha ideia  é sair desta realidade para me aproximar de uma outra onde eu me sinta mais confortável com meus sentimentos”, explica. 

A exposição Passos sobre os abismos propõe um mergulho nos abismos do tempo presente, um momento marcado mundialmente pela pandemia de covid-19, pelos problemas climáticos, pela fome e falta de perspectiva de futuro. Ao lado de Arlete Santarosa, Cabral, Jorge Leite, Itelvino Jahn, Têre Finger e Gabriel Augusto, Marinho Neto compõe o time de artistas que apresentam obras que, em seu conjunto, buscam propor um caminho para atravessar esse momento e projetar futuros possíveis. Para o artista, os abismos são praticamente intransponíveis, mas, como ressalta, “a arte ameniza a dor”. 

“Praia de Copacabana”, de Marinho Neto. Foto: Divulgação

Passos sobre os abismos fica em cartaz na Galeria Tina Zappoli de 14 de outubro a 23 de dezembro.

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