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David Eagleman desbrava a fronteira final

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David Eagleman desbrava a fronteira final

Um dos maiores nomes da divulgação científica na atualidade, o neurocientista, professor e inventor norte-americano fala no dia 5 de julho no Fronteiras do Pensamento sobre o fascinante território que explora: o cérebro. Ingressos podem ser adquiridos neste link.

Qual é a fronteira final? Desde sempre, os mistérios sobre o universo têm ocupado a especulação humana – uma investigação que ganhou enorme impulso no século 20 com o desenvolvimento de ciência e tecnologia capazes de nos levar ao espaço e nos aproximar dos astros. Nas últimas décadas, outra esfinge do conhecimento passou a ser cada vez mais interrogada, em certo sentido até mesmo desbancando o interesse popular pelo espaço sideral: o cérebro humano. Como no caso do estudo do cosmos, quanto mais conhecemos a respeito desse órgão fabuloso, maior é sua complexidade vislumbrada – e mais rebuscadas ainda se tornam as perguntas sobre seu funcionamento.

Um dos maiores exploradores desse território infinito dentro das nossas cabeças é o pesquisador David Eagleman. Neurocientista, inventor, professor universitário, escritor e apresentador de programas de TV, o norte-americano é uma das vozes mais respeitadas e populares da divulgação científica contemporânea. De maneira semelhante ao trabalho desenvolvido antes pelo astrônomo Carl Sagan, especialmente na antológica série “Cosmos”, Eagleman comunica os avanços e desafios das pesquisas na área da neurociência em artigos publicados em jornais e revistas, livros que se tornam best-sellers e, em particular, programas televisivos.

Autor de sucessos de vendas literários como “Incógnito – As vidas secretas do cérebro” (2012) e “Cérebro: uma biografia” (2017), o cientista tornou sua figura ainda mais conhecida ao apresentar a série “The Brain with David Eagleman”, da rede de televisão estatal norte-americana PBS, e o documentário “Como o Cérebro Cria”, exibido no Brasil pela Netflix. Nesses trabalhos, Eagleman aborda em linguagem acessível ao público leigo – como também fazia seu antecessor Sagan – assuntos em princípio espinhosos como substituição sensorial, percepção do tempo, plasticidade cerebral, sinestesia e intersecção entre neurociência e sistema legal.

A variedade de campos teóricos ligados à neurociência que domina, conjugada às múltiplas realizações práticas de sua companhia Neosensory, renderam a Eagleman o apelido de “Leonardo da Vinci do cérebro”. À parte elogios midiáticos hiperbólicos, o acadêmico efetivamente encarna o espírito do homem renascentista. Professor na Universidade de Stanford, diretor do Center for Science and Law – empresa sem fins lucrativos que busca alinhar o sistema legal com a neurociência moderna –, David Eagleman já desenvolveu vários dispositivos com aplicações práticas como um colete que usa o sentido do tato para permitir a pessoas surdas escutarem de novo e um dispositivo capaz de diagnosticar a esquizofrenia precocemente.

Traçando mais um paralelo com outro grande nome da ciência, Eagleman relata um episódio de infância que lhe instigou precocemente o interesse pela percepção sensorial – e que evoca a célebre iluminação que o matemático e físico inglês Isaac Newton teve com uma maçã caindo na sua cabeça. Com pouco mais de oito anos, Eagleman teve uma queda de um prédio em construção. O garoto não sofreu nada grave, mas uma sensação intrigou-lhe em seguida: enquanto caía, o tempo parecia passar muito devagar até finalmente chegar o momento do choque com o chão. “Por que a percepção do tempo no cérebro é mais lenta quando estamos com medo?”, perguntou-se então o jovem Eagleman.

Um dos caminhos trilhados por David Eagleman em sua missão de divulgar a neurociência e a importância de seu estudo no cotidiano é relacionar informações e dados técnicos sofisticados com abordagens facilmente compreensíveis por qualquer pessoa – como fez no programa “Como o Cérebro Cria”, reunindo depoimentos de artistas, escritores, cientistas, professores, músicos e profissionais das mais diversas áreas sobre seus processos criativos e suas distintas visões de mundo. Outra linha de estudo do conferencista que participará do Fronteiras do Pensamento no dia 5 de julho conectando a neurociência com outros aspectos da vida prática é o debate acerca das possibilidades e limites éticos e legais da aplicação desse saber a respeito do cérebro humano.

Da Vinci, Newton, Sagan. É espelhando-se no exemplo dos gênios que o precederam que David Eagleman entende o conhecimento científico como fundamental instrumento de evolução da sociedade que não pode ficar restrito aos especialistas, mas sim ser compartilhado com todos.


FRONTEIRAS DO PENSAMENTO 2023
Quem:
David Eagleman
Data: 5 de julho, às 20h
Link para ingressos: https://temporada.fronteiras.com/

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