Agenda | Dança | Reportagens

“Memórias Encorpadas”: Geda Cia de Dança comemora 40 anos

Change Size Text
“Memórias Encorpadas”: Geda Cia de Dança comemora 40 anos Foto: Carlos Macedo

A Geda Cia de Dança comemora 40 anos de atividades neste fim de semana, 17 e 18 de junho, às 19h, no Teatro Oficina Olga Reverbel (Multipalco Eva Sopher). O grupo liderado pela coreógrafa Maria Waleska Van Helden apresenta o espetáculo Memórias Encorpadas, que reúne os três projetos mais recentes da companhia: Às Vezes Eu Kahlo, A Piscina e Andaime (Des) Construção do Amor.

A história da Geda começa em Alegrete, em 1983. Em um contexto de predomínio da dança folclórica e tradicionalista, Maria Waleska aos poucos introduziu a dança clássica e contemporânea: “Os festivais nativistas me convidavam para fazer ‘projeções folclóricas’ das músicas campeãs, e eu buscava um novo olhar, coreografando contemporaneamente essas composições”.

Quase duas décadas depois, no ano 2000, Maria Waleska reestruturou a companhia em Porto Alegre. Desde então, a Geda já circulou por diversas cidades do interior do RS, 10 capitais brasileiras e países como Argentina, Cuba, Espanha e Bélgica.

“Somos uma equipe pequena, mas as bailarinas se tornam produtoras, colaboradoras e incentivadoras em uma gestão cooperativista”, conta a fundadora da companhia, destacando que os projetos do grupo buscam proporcionar reflexões sociais, contemporâneas e patrimoniais. O diálogo com espaços públicos já levou a Geda a lugares como a Biblioteca Pública do RS, a Casa de Cultura Mario Quintana e a escadaria da Igreja Nossa Senhora das Dores, em Porto Alegre, e a Biblioteca Nacional, no Rio de Janeiro.

Foto: Carlos Macedo

Uma pesquisa sobre o Espelho d’Água da Redenção levou à concepção da performance A Piscina, apresentada no parque em 2021 e adaptada para o espetáculo deste fim de semana no Teatro Oficina Olga Reverbel. As bailarinas Carini Pereira, Consuelo Vallandro, Débora Rodrigues e Graziela Silveira trajam roupas de banho e boias feitas de câmaras de pneu, remetendo a meados do século 20, quando o espelho d’água funcionava como piscina pública. A assistência de dramaturgia é assinada por Simone Roratto.

Foto: Renata Machado

Já em Andaime (Des) Construção do Amor, Graziela Silveira e Robson Duarte performam movimentos para abordar a construção e o fim de um relacionamento. Em Às Vezes Eu Kahlo, Graziela Silveira coloca em evidência o período em que Frida Kahlo esteve acamada após um grave acidente de carro e também suas dores emocionais.

“Transformei a imobilidade em vetor de criação, a partir de uma pesquisa sobre as dores e o silêncio de Frida. Eloquente na arte, ela se calava muito em relação a Diego Rivera e suas outras mulheres”, observa a diretora da companhia. O figurino de Às Vezes Eu Kahlo é assinado por Antonio Rabadan.

Foto: Pedro Portugal

Em meio às comemorações de 40 anos de atividades, a Geda Cia de Dança inscreve projetos em editais. Uma das montagens aguardando viabilidade aborda questões de saúde mental, com um olhar para a vida do bailarino russo Vaslav Nijinski (1989-1950), diagnosticado como esquizofrênico em 1919. Outra proposta volta-se ao boom de utensílios plásticos de cozinha nos anos 1950 e o impacto ambiental do material na atualidade.

Perguntada sobre a trajetória de quatro décadas da Geda, a fundadora da companhia ressalta sua liderança à frente do grupo e as parcerias ao longo desse percurso: “Manter uma companhia por 40 anos, vindo da fronteira oeste para Porto Alegre e conquistando o olhar do público da dança contemporânea, significa que tive liderança e muita sorte de contar com bailarinas e outros diretores comigo. Tem que ter gestão e, principalmente, esperança”.

“Memórias Encorpadas”, da Geda Cia de Dança

Quando: 17 e 18 de junho de  2023
Horário: 19h
Onde: Teatro Oficina Olga Reverbel – Multipalco Eva Sopher (Praça Marechal Deodoro, s/n° – Centro Histórico – Porto Alegre)
Ingressos: 40 reais (à venda pelo site do Theatro São Pedro e na bilheteria uma hora antes dos espetáculos)
Duração: 60 minutos
Classificação: 14 anos 

Gostou desta reportagem? Garanta que outros assuntos importantes para o interesse público da nossa cidade sejam abordados: apoie-nos financeiramente!

O que nos permite produzir reportagens investigativas e de denúncia, cumprindo nosso papel de fiscalizar o poder, é a nossa independência editorial.

Essa independência só existe porque somos financiados majoritariamente por leitoras e leitores que nos apoiam financeiramente.

Quem nos apoia também recebe todo o nosso conteúdo exclusivo: a versão completa da Matinal News, de segunda a sexta, e as newsletters do Juremir Machado, às terças, do Roger Lerina, às quintas, e da revista Parêntese, aos sábados.

Apoie-nos! O investimento equivale ao valor de dois cafés por mês.
Se você já nos apoia, agradecemos por fazer parte da rede Matinal! e tenha acesso a todo o nosso conteúdo.

Compartilhe esta reportagem em suas redes sociais!
Share on whatsapp
Share on twitter
Share on facebook
Share on email
Se você já nos apoia, agradecemos por fazer parte da rede Matinal! e tenha acesso a todo o nosso conteúdo.

Compartilhe esta reportagem em suas redes sociais!
Share on whatsapp
Share on twitter
Share on facebook
Share on email

Gostou desta reportagem? Ela é possível graças a sua assinatura.

O dinheiro investido por nossos assinantes premium é o que garante que possamos fazer um jornalismo independente de qualidade e relevância para a sociedade e para a democracia. Você pode contribuir ainda mais com um apoio extra ou compartilhando este conteúdo nas suas redes sociais.
Share on whatsapp
Share on twitter
Share on facebook
Share on email

Se você já é assinante, obrigada por estar conosco no Grupo Matinal Jornalismo! Faça login e tenha acesso a todos os nossos conteúdos.

Compartilhe esta reportagem em suas redes sociais!

Share on whatsapp
Share on twitter
Share on facebook
Share on email

sábado, 17 a 18 de junho de 2023

Muito legal ficar sabendo de tudo o que acontece na cidade, né?
Este conteúdo é exclusivo para assinantes e é por causa da sua valiosa contribuição que você tem acesso a tudo o que está rolando de mais legal nas artes, e isso tudo através da curadoria do jornalista Roger Lerina. Se você valoriza este conteúdo, compartilhe nas suas redes sociais para que mais gente tenha contato com o melhor da Cultura.
Share on whatsapp
Share on twitter
Share on facebook
Share on email
Se você já é assinante, obrigada por estar conosco no Grupo Matinal Jornalismo! e tenha acesso a todos os nossos conteúdos.Compartilhe esta reportagem em suas redes sociais!
Share on whatsapp
Share on twitter
Share on facebook
Share on email

PUBLICIDADE

Esqueceu sua senha?