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Estudo aponta Porto Alegre como a capital com a maior taxa de mortalidade de negros por covid-19 em 2020

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Estudo aponta Porto Alegre como a capital com a maior taxa de mortalidade de negros por covid-19 em 2020 Foto: Cristine Rochol/PMPA

Apesar de ser minoria em Porto Alegre, a população negra foi a que mais morreu, proporcionalmente, por covid em 2020, o primeiro ano da pandemia e quando ainda não havia vacinas. A cidade ainda sustenta a maior taxa de mortalidade do grupo entre as capitais brasileiras, conforme revela um estudo realizado por pesquisadores da FURG. O trabalho se baseou em dados do Portal da Transparência do Registro Civil de Óbitos e resultou em um artigo que pode ser acessado neste link (em inglês). 

Em Porto Alegre, a taxa de mortes entre não-brancos por covid foi de 312,3 mortos a cada 100 mil habitantes. O índice entre os brancos ficou bem abaixo: 169,6 óbitos por 100 mil habitantes. Logo atrás da capital gaúcha, estão Vitória (ES), com 299/100 mil, e Rio de Janeiro (RJ) 298,8/100 mil. No RS, as taxas de mortalidade entre não brancos também foram mais altas do que entre os brancos, realidade que se repetiu em todos os estados e capitais brasileiras. O Sul e o Sudeste foram as regiões com os maiores índices de mortalidade de pessoas negras.

Para o professor Flavio Rodrigues, coordenador da Pós-Graduação em Ciências da Saúde da FURG e líder da pesquisa, os dados ilustram o quanto a população negra gaúcha está vulnerável em relação ao acesso à saúde, considerando especialmente que se trata de um grupo minoritário em termos demográficos na capital e no Estado. 

Ele também chama a atenção para o problema da subnotificação da etnia/raça entre as mortes por covid-19 em todo o país. Em estados como Bahia e Minas Gerais, a ausência dessa informação chegou a mais de 70% dos casos de óbitos pela doença. “A subnotificação ou mau preenchimento de informações nas bases de dados governamentais é um importante vilão da consolidação de políticas públicas no país”, observa o professor.


O que mais você precisa saber

PSDB passa a integrar base e primeiro escalão da gestão Melo – Passados três meses do atrito no período eleitoral, o PSDB e a gestão Melo estão de bem novamente. A nova fase da relação vem com a entrada do partido na base aliada do prefeito, com lugar no primeiro escalão: Henry Ventura acaba de substituir Gunter Axt na Secretaria da Cultura e Economia Criativa. A adesão foi formalizada ontem e ainda deve assegurar mais cargos aos tucanos no segundo escalão com a reestruturação recente promovida por Melo. A aliança, no entanto, não significa um acordo em favor da reeleição do prefeito em 2024, segundo o presidente do PSDB da Capital, Moisés Barboza. Representa, segundo ele, “sinal de diálogo”. Ainda sobre o Executivo, Melo confirmou a troca no comando do Dmae: Maurício Loss, atual adjunto da Secretaria do Meio Ambiente, Urbanismo e Sustentabilidade e ligado ao Podemos, entrará no lugar de Alexandre Garcia.

Secretaria alerta sobre atualização de planos contra a dengue – A Secretaria Estadual de Saúde (SES) definiu sete ações para o enfrentamento da dengue no Rio Grande do Sul. Somadas a uma comunicação de risco, as medidas foram apresentadas na Famurs e visam conter o avanço do mosquito Aedes aegypti, que infesta praticamente todo o Estado. A secretária Arita Bergmann enfatizou o papel dos municípios no trabalho, destacando a atualização e aplicação de seus planos de contingência, mas também reforçou a importância no cuidado com a reprodução do mosquito, que ocorre em ambientes em que há água parada – os ovos do mosquito podem ficar aguardando o momento de se desenvolver por até um ano. Para além de ações de prevenção, o Governo lançou o manejo clínico, que prepara a rede básica para os cuidados com pessoas sintomáticas. A atuação da SES se dá após o ano com recorde de mortes pela doença no Estado, 66. Conforme o monitoramento da pasta, em 2023, já são 261 notificações de possíveis casos de dengue no RS, sendo 42 em Porto Alegre. Das seis ocorrências confirmadas, uma é da Capital.

Número de salvamentos cresce mais de 50% no Litoral – A Operação Verão RS Total no Litoral do Rio Grande do Sul registrou 384 resgates e salvamentos em seu primeiro mês. A média de 12 atuações por dia representa um aumento de 53% em comparação com a última operação. Até aqui, já ocorreram 31 mortes no Estado nesta temporada, todas em áreas não delimitadas para banho, sendo 28 em águas internas e três no Litoral, de acordo com o Corpo de Bombeiros Militar. Outro número considerado alarmante é o de pessoas encontradas: 597 pessoas, em sua grande maioria crianças, representando um aumento de mais de 60%. O dado é atribuído ao uso excessivo do telefone celular na beira da praia por parte dos pais e responsáveis, que se distraem e perdem as crianças de vista. Há 964 guarda-vidas atuando no litoral do RS, a maioria nas praias do Norte. O efetivo é inferior à previsão de 1.004 profissionais, mas semelhante ao do ano anterior, que foi de 966.


Outros links:

  • O STF lançou nesta semana uma campanha para demonstrar que a democracia segue forte, apesar dos ataques em 8 de janeiro. O Matinal, em parceria com as associadas da Associação de Jornalismo Digital, endossa a ação.
  • O Cpers quer se encontrar com Eduardo Leite (PMDB) para discutir o reajuste do piso do magistério no RS. O sindicato pede uma reunião há dez dias e ainda não teve resposta.
  • Uma empresa paulista venceu pregão para reformular a plataforma 156 de Porto Alegre. O sistema existe para solicitar serviços como poda de árvores e consertos de buracos e, segundo a Prefeitura, vai passar por melhorias.
  • Uma fêmea de bugio-ruiva foi capturada no bairro Azenha. Com lesões em quatro membros, ela foi levada ao Hospital de Clínicas Veterinárias da UFRGS e depois solta na natureza. A espécie costuma viver em matas nativas da zona sul da Capital.
  • A reativação do Ceitec deverá ser acompanhada por uma atualização do panorama mundial do mercado, avaliou o diretor de uma empresa de tecnologia ao Jornal do Comércio. 
  • Dentre as obras prioritárias para serem entregues nos primeiros 100 dias do governo federal, estão previstas a duplicação de 15 quilômetros da BR-116, em Camaquã, entre outras pelo Estado, segundo GZH.
  • A antiga colônia de férias da UFRGS em Tramandaí vai se transformar em um centro de inovação e empreendedorismo. Desde o ano passado, o local passa por reformas em sua estrutura.
  • Na coluna de hojeJuremir comenta o mal causado pela rádio Jovem Pan: “Qual era o estilo da Jovem Pan: atirar primeiro, perguntar o nome depois; noticiar primeiro, checar depois ou nunca”.

Cultura

“A Brigada da Chefe” une culinária e crítica social

Foto: Imovision

Uma constante nos “filmes gastronômicos” é o elogio ao poder que a cultura culinária tem de transformar os personagens e conectar as pessoas. Na comédia dramática A Brigada da Chefe (2022), de Louis-Julien Petit, soma-se a essas abordagens um conteúdo de crítica social: o ambiente em que se desenrola a trama é a cozinha de uma casa de passagem para jovens imigrantes no interior da França. Leia a resenha de Roger Lerina.

Agenda (🔒)

O grupo de fado Alma Lusitana apresenta o espetáculo O Guaíba Vai Virar o Tejo no Espaço Cultural Flutuante Cisne Branco, com embarque no Armazém B3 do Cais do Porto, às 18h.

O projeto Mistura Fina retoma sua programação, às 18h20, no Foyer Nobre do Theatro São Pedro, com show de Viridiana – relembre a entrevista com a cantora.

Os compositores Gelson Oliveira e Nelson Coelho de Castro realizam apresentação, hoje e amanhã, às 21h, no Café Fon Fon.

Para receber todas as dicas culturais do Roger Lerina enviadas aos assinantes premium do Matinal, assine aqui.


Você viu?

Com a virada do ano, novas obras entram em domínio público, algumas delas listadas pelo site Estudar Fora. Pela Convenção de Berna, para uma obra se tornar pública é preciso que seus autores já tenham falecido há 70 anos. Em 2023, passam a estar disponível de graça na internet obras como Ao Farol, de Virginia Woolf, Tempo Recuperado, de Marcel Proust e Amerika, de Franz Kafka. No cinema, o filme de ficção científica distópica que imagina o ano de 2026, Metropolis, de Fritz Lang, também se torna público. As obras brasileiras podem ser acessadas nesse site, que reúne mais de 120 mil produções artísticas.

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