O criador do Bairrista conta como saiu das Ciências Contábeis e se lançou no empreendimento de um veículo de comunicação que faz do jeito gaúcho uma saída inteligente para o bom humor Existe humor gaúcho? Humoristas, em sentido amplo, temos sim. Desde que me conheço por gente, tem no cartum, para lembrar logo o mais forte, o Sofrenildo, do Sampaulo, um humor meio triste, de um loser, um azarado total. Tinha um quadro de rádio, que terminou quando eu era ainda menino ou recém-adolescente, uma dupla formada por um colorado, Pinguinho, e um gremista, Walter Broda. Humor e futebol, claro. Tem o fenômeno do Tangos & Tragédias, que merece todo um capítulo numa hipotética história do humor no sul: paródia, autodepreciação, piscada de olho chapliniana que faz o perdedor ter um certo gozo sobre o vencedor mediante solidariedade da plateia, tudo isso está na fórmula que o Hique Gomez e o finado Nico Nicolaiewski inventaram. Tem o humor do Frank Jorge e da Graforréia Xilarmônica, o humor involuntário da nossa sempre reiterada bravata (gaúcho, melhor em tudo), tem o Magro do Bonfa, tem as personagens da Ilana Kaplan e de outros atuais standuppers. Mas aqui não se trata de uma história, e sim de um simples preâmbulo para apresentar a entrevista desta edição. Com vocês, gaúchos e gaúchas de todas as querências, Júnior Maicá, O Bairrista. Dez anos atrás, quando apareceu no cenário, era uma coisa inesperada. Misturava sacações (se dizia antigamente “bispadas”) sobre nosso eterno complexo de superioridade, sempre alternando com seu irmão gêmeo, o de inferioridade, mas com um bom humor que fazia rir realmente com descompressão, no espelho. E isso em redes sociais, mas também em jornais impressos e a seguir em livros, depois em variadas plataformas e maneiras, como uma temporada de trabalho dentro da poderosa RBS. Exagerando nosso bairrismo, O Bairrista foi tomando conta do cenário. E virou uma produtora de conteúdo que não para de se reinventar – para alegria de todos. Dois batalhadores que querem mudar para melhor o ambiente de negócios e de pensamento. Ouçam aí José Antônio Pinto Maicá Júnior, o Júnior, que fala também do Eduardo Santos, que é, previsivelmente, o Edu, o parceiro de todas. (Depoimento pessoal: são duas figuras da mais alta qualidade humana. Se eles aparecerem por perto, aproveitem. Luís Augusto Fischer) Algumas capas em O Bairrista (Fotos: acervo pessoal) Parêntese – Esclarecendo uma das mais persistentes dúvidas do Rio Grande amado: tu é mesmo parente do Cenair Maicá? Falando sério: conta tua trajetória antes de começar essa jornada tão interessante do Bairrista – família, escola, formação, ideias, frustrações e realizações da juventude. Com algumas datas, por favor. Junior Maicá – Infelizmente não, quer dizer algum parentesco a gente tem e não é tão distante, mas não que eu possa chamá-lo de tio. Eu larguei a faculdade de Contábeis ali pelo sétimo semestre para me dedicar ao Bairrista. A culpa é da minha mãe. Mesmo não sendo uma grande leitora ela sempre me deu bastante coisa para […]
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