Juremir Machado da Silva

Para os anos sempre novos

Change Size Text
Para os anos sempre novos Foto: Prefeitura Rio
E assim atravessamos a vida
Ora tristes como quem foge
Ora opacos como quem morre
Por vezes, loucos de porre.


Um dia com o sol na cabeça
Outro, com a cabeça na lua,
Sonhando em partir para longe,
Ou em voltar de vez para casa.

Quem nessa travessia não sonhou?
Com uma tarde de amor numa ilha,
O abraço maravilhoso de uma filha,
Todo o poder para mudar o mundo?

Na infância cultivamos fantasias,
Na adolescência, amores e esperanças
Adultos, cálculos renais e maresias,
Na velhice, um oceano de lembranças.

E assim atravessamos a vida
De porto em porto, alados,
De barco em barco, calados,
Cantando, por vezes, na chuva.

Na curva escura da fotografia
Há um rosto suavemente grave,
Coração ritmando a jornada,
Luzes se acendendo nos olhos.

E assim atravessamos a vida,
Curando sempre alguma ferida,
Barras vermelhas no horizonte,
O gosto daquele beijo na alma.

O que resta da caminhada?
Esta súbita e adorável calma,
Flores azuis na escrivaninha,
A tua boca dizendo: estou aqui.

E cada ano sempre novo
Como uma paixão que parecia impossível.

Continua...

Quer ter acesso ao conteúdo exclusivo?

Assine o Premium

Você também pode experimentar nossas newsletters por 15 dias!

Experimente grátis as newsletters do Grupo Matinal!

RELACIONADAS

Esqueceu sua senha?

ASSINE E GANHE UMA EDIÇÃO HISTÓRICA DA REVISTA PARÊNTESE.
ASSINE E GANHE UMA EDIÇÃO HISTÓRICA DA REVISTA PARÊNTESE.