Juremir Machado da Silva

O golpe de 7 de setembro não aconteceu

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O golpe de 7 de setembro não aconteceu Desfile cívico-militar do 7 de Setembro (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Jean Baudrillard provou: a Guerra do Golfo não aconteceu. Foi outra coisa. Não uma guerra clássica. O bug do milênio também não existiu. Nem a passagem de um milênio a outro. O tempo é uma ilusão. O golpe de 7 de setembro, tão sonhado por bolsonaristas, mais uma vez não passou de alguns cartazes antidemocráticos, de frases de efeito do capitão Bolsonaro e de viúvas da ditadura saindo do armário. Até mesmo o 7 de setembro de 1822 não aconteceu. Não como está no quadro de Pedro Américo e nas tentas narrativas cívicas de encomenda. A data só virou referência definitiva depois que D. Pedro I foi embora e não cabia mais comemorar a independência no dia do aniversário, 12 de outubro, de um imperador que já deixara de sê-lo. Contudo, essa data fora a primeira a ser valorizada, perdendo espaço depois. A ficção é tanta que o capitão se apresentou como imbrochável. Agora, tudo fica para 2 de outubro, que, pelas pesquisas recorrentes, será um duro golpe para Bolsonaro e o bolsonarismo. Na pauta.

Ramil na PUCRS

Um dos melhores trabalhos de Vitor Ramil, o disco “Ramilonga”, chega aos 25 anos de rodagem e sucesso. A grande comemoração será no dia 7 de outubro, 21 horas, no Salão de Atos da PUCRS. Nesse álbum, Ramil mostra toda a sofisticação do seu olhar sobre a cultura pampeana gaúcha. Para resumir, direi que esse show é imperdível.

Homens e Touros restaurada

Nesta sexta-feira, 11 horas, na Praça Dom Sebastião, ali na Independência, em Porto Alegre, acontecerá a entrega do restauro da maravilhosa escultura “Homens e touros”, de Xico Stockinger, numa parceria da Unimed e do Governo do Estado do Rio Grande do Sul.

Livros deliciosos

“Tia Gorda e Tia Magrinha na guerra do Paraguai e outros contos de guerra, sonho, amores” (Class), de José Eduardo Degrazia. Textos de quem conhece a difícil arte do conto. Meu preferido na coletânea: “A vingança do degolado”.

Ensaios: “Introdução às narrativas jornalísticas”, de Bruno Souza Leal, professor da Universidade Federal de Minas Gerais. Um livro que dá sentido à palavra narrativa.

“O cartógrafo sem bússola – Vilém Flusser, prolegômenos a uma teoria do pensamento líquido”, de Erick Felinto, professor da Universidade de Estado do Rio de Janeiro. Mais uma viagem teórica com a marca sutil e sofisticada do Erick, um craque no seu estilo.

“Condições ideais para o amor: poemas, manifestos e correspondência de um poeta guerrilho”, de Luiz Eurico Tejera Lisbôa, organizado por Antonio Hohlfeldt. Uma reedição bela e necessária dos textos de Luiz Eurico, assassinado pela ditadura militar da nostalgia de Jair Bolsonaro. Esses três últimos livros são da Sulina. Parabéns, Luís Gomes.

Jéferson Assumção musical

Escritor e ativista cultural, o gaúcho Jéferson Assumção, radicado em Brasília, mostra nova faceta: compositor musical. Na verdade, ele vem em dose dupla, música e livro: “Tropeçalia”. Para não deixar o leitor na dúvida, vai aqui um mostra da versatilidade do Jéferson, homem de muitas habilidades, talentos e ousadias.

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