Auditoria da prefeitura aponta “fragilidades” em processos da Smed
Foto: Divulgação/ Gabinete Jonas ReisUm auditoria interna da Prefeitura apontou “fragilidades nos fluxos de processos internos o da Secretaria Municipal da Educação (Smed), falhas no planejamento para distribuição das aquisições para as 98 unidades da rede própria e que alguns procedimentos de compra não estavam em conformidade”. A secretaria vem sendo questionada desde o ano passado por compras suspeitas e armazenagem de materiais que deveriam ter sido enviados aos alunos. O trabalho, realizado ao longo de 60 dias pela Secretaria Municipal de Transparência e Controladoria, a pedido do prefeito Sebastião Melo, analisou processos da Smed entre janeiro de 2022 e junho de 2023. O relatório preliminar foi encaminhado à pasta da Educação, que recebeu prazo de 30 dias para analisar os apontamentos e se manifestar. Só depois dessa fase, haverá a emissão do relatório final da auditoria. Em paralelo, desde segunda-feira, a Câmara Municipal conta com duas CPIs para investigar a Smed.
Recursos com venda do prédio da Smov serão destinados à habitação social – A Prefeitura irá atrelar a venda do edifício da antiga Secretaria Municipal de Obras e Viação (Smov) à construção de um conjunto habitacional no bairro Humaitá – uma antiga demanda do Orçamento Participativo na região. O imóvel, localizado na região central de Porto Alegre, está avaliado em 48 milhões de reais. Desse montante, 40 milhões deverão ir para o projeto de habitação de interesse social, enquanto o restante vai para o Fundo Municipal para Restauração, Reforma e Manutenção do Patrimônio Imobiliário do Município de Porto Alegre (Fun-Patrimônio). A negociação do prédio, a ser realizada no segundo semestre, deverá viabilizar a construção de 254 apartamentos nos terrenos contíguos nas avenidas Ernesto Neugebauer, 720 e José Aloísio Filho. Sobre a questão habitacional em Porto Alegre, vale a leitura deste artigo do Observatório das Metrópoles, que trata do “descompasso entre densidades construtiva e populacional” na cidade, a partir da análise dos dados já divulgados pelo Censo.
Psicóloga defende desmistificar os preconceitos em torno da educação sexual – Os relatos publicados em reportagem da Matinal desta semana mostram os impactos de crimes sexuais na vida da vítimas, que, na sua maioria, são crianças do sexo feminino. Para a psicóloga Cátula Pelisoli, a prevenção é uma estratégia que precisa ser abraçada por todos: famílias, escolas e a sociedade em geral. Em entrevista à Matinal, a produtora de conteúdo do Canal Proteja fala sobre como proteger nossas crianças e identificar sinais de que possam estar sofrendo alguma violência – com o cuidado de ressaltar que não existem sintomas exclusivos do abuso sexual. “Mudanças de comportamento acendem um alerta, mas não se pode tirar conclusões precipitadas. A avaliação não é assim tão simples”, explica.
Reportagem Matinal
Ponte precária no Morro da Cruz coloca comunidade em risco
A auxiliar de serviços gerais Maykellen dos Santos Vasconcelos sai de casa com os três filhos antes do sol nascer. Caminha até a Escola de Ensino Municipal América, no Morro da Cruz, antes de seguir para o trabalho. No caminho, sem iluminação, precisa atravessar uma ponte de 12 metros sobre um dos afluentes do Arroio Moinho, que cruza o morro de sul a norte.
A estrutura de madeira, entre as ruas Vidal Negreiros e Santa Teresa, não tem proteção lateral e é estreita. Maykellen e os filhos (de 11, oito e quatro anos) correm o mesmo perigo pelo menos três vezes ao dia, ao cruzar pela travessia para evitar o terreno íngreme da região. A travessia encurta em até seis vezes o caminho até três escolas do morro. A prefeitura não oferece nenhuma solução ao problema.
“O caminho se reduz muito ao passar pela ponte. Em dias de chuva a água desce com força, fica escorregadio e não há onde se apoiar”, relata a moradora. “É preciso se cuidar muito, mesmo com a prática, atravessando diariamente. Tenho três crianças e é bem difícil – além de todos os trajetos que precisamos fazer, caminhando, ainda passar por essa ponte é horrível”, afirma.
Como a moradora, centenas de pedestres usam diariamente a estrutura precária, que já resultou em diversos acidentes. O mais recente ocorreu há pouco mais de uma semana e causou uma luxação no pé de uma jovem, que caiu no curso d’água. Além do machucado, ficou encharcada. Ela estava a caminho de sua aula de informática, na ONG Coletivo Morro da Cruz, que fica a poucos metros da ponte.
Outros links:
- A sessão da Câmara ontem durou pouco, cerca de 40 minutos. O excesso de votações de homenagens e o clima tenso entre os parlamentares por conta das CPIs da Smed foram apontados como motivos para o baixo quórum.
- Aliás, os dois presidentes da CPIs, Mari Pimentel (Novo) e Idenir Cecchim (MDB), debateram o assunto na Gaúcha horas antes. Ambos concordam que uma comissão seria melhor, mas divergem sobre qual deveria prosseguir.
- Após a liberação das obras no Harmonia, a montagem dos piquetes para o Acampamento Farroupilha – que esteve em risco por conta da suspensão da reforma do parque – começa neste sábado.
- Segundo a concessionária GAM3 Parks, 41 mudas de árvores serão plantadas durante o evento tradicionalista, em setembro. Desde o início das obras, 103 já foram suprimidas do Harmonia.
- Ainda sobre o parque, o Correio do Povo fala da composição do movimento Salve o Harmonia, formado há cerca de dois meses e que hoje conta com mais de 70 entidades que contestam as obras na área concedida.
- A Arquidiocese da Capital não irá mais realizar a procissão de motociclistas, que ocorria há 60 anos no dia 12 de outubro, por conta de roubos e “vandalização” nos últimos anos.
- A Assembleia realizou audiência pública para tratar sobre a falta de ação por parte do Piratini quanto ao estudo da história e das culturas afro-brasileira e indígena nas escolas gaúchas. Há uma lei sobre o tema desde 2008.
- O ministro da Educação, Camilo Santana, confirmou que as obras no campus da Furg, em São Lourenço do Sul, serão contempladas com recursos do novo PAC, a ser lançado amanhã.
- A Polícia Civil resgatou seis trabalhadores em condições análogas à escravidão em Guaíba ontem. Oriundas de quatro estados, as vítimas haviam sido convencidas a trabalhar na construção civil. Um homem foi autuado em flagrante.
- “Morri do coração com o Inter contra o River”: Juremir Machado conta como voltou a se emocionar com o futebol depois da vitória colorada na Libertadores.
Cultura
“Disco Boy” reinventa o filme de guerra com batidas eletrônicas
Premiado no Festival de Berlim deste ano com o Urso de Prata de Melhor Contribuição Artística, Disco Boy: Choque Entre Mundos (2023) é estrelado pelo alemão Franz Rogowski em atuação poderosa. Dirigido pelo estreante italiano Giacomo Abbruzzese, o filme mostra as consequências da improvável conexão de um soldado legionário e um guerrilheiro nigeriano. Leia a resenha de Roger Lerina.
Agenda
O artista Ricardo Pireccoapresenta 70 obras inéditas, às 18h, na Galeria Alice Floriano.
Às 19h, o escritor e cancionista Nei Lopes participa da conferênciaSamba e Carnaval: Encontros e Desencontros, com mediação da professora Luciana Prass, integrando o festival Unimúsica – saiba mais sobre o evento.
O longa Casa Vazia tem sessão comentada, às 19h15, na Casa de Cultura Mario Quintana, com participação do diretor do filme, Giovani Borba, do professor Luís Augusto Fischer e da curadora da Cinemateca Paulo Amorim, Mônica Kanitz.
O Centro Histórico-Cultural Santa Casa apresenta o espetáculo de dança Rinha, do Coletivo Grupelho, às 20h, de hoje a domingo.
Bel Medula e o grupo Os Resistores apresentam-se, às 21h, no Ocidente Acústico.
Às 21h, o Espaço 373recebe a dupla Ana Clara e Clarissa.
Você viu?
Para aumentar o foco dos estudantes na luta inglória por atenção contra o celular, uma escola de Santiago, na região central do Estado, implementou uma medida simples: uma caixa para coletar os aparelhos antes de entrar na sala de aula. Os telefones foram apontados como responsáveis por desconcentrar os alunos durante a aprendizagem pelo Relatório Global de Monitoramento da Educação 2023, da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura. Na semana passada, a Prefeitura do Rio de Janeiro proibiu o uso de celular nas escolas municipais, salvo para fins pedagógicos. Em todo o mundo, um em cada quatro países já proíbe ou tem políticas específicas sobre o uso de smartphones nas salas de aula.
