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Desigualdade social reduz em cenário com a população mais empobrecida

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Desigualdade social reduz em cenário com a população mais empobrecida

A desigualdade social diminuiu na Região Metropolitana de Porto Alegre. Mas, no geral, houve um empobrecimento da população, conforme constatou o mais recente boletim de desigualdade nas metrópoles, relativo ao último trimestre de 2021, elaborado numa parceria entre PUCRS com o Observatório das Metrópoles do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia e a Rede de Observatórios da Dívida Social na América Latina.

Na área que compreende a Capital e as cidades próximas, o coeficiente Gini, que mede a desigualdade, caiu para 0,587, similar ao 0,588 do primeiro trimestre de 2020. No auge da pandemia, ele chegou a marcar 0,631. O Gini vai de 0 a 1, sendo que quanto mais próximo de 1, maior é a desigualdade. Apesar disso, a média de renda segue muito díspar: entre os mais pobres, a renda média no final de 2021 era de 257 reais, enquanto para os mais ricos, de 6.698 reais.

A renda domiciliar média per capita em Porto Alegre foi de 1.575 reais. É menor que os 1.715 reais do quatro trimestre de 2019, mas superior aos 1.545 do último período de 2020. No conjunto das regiões metropolitanas do país, o último trimestre de 2021 teve 1.402 reais.

Se no início da pandemia os mais pobres perderam renda, nos últimos três meses do ano passado, esse efeito aconteceu com os mais ricos. No atual cenário, o trabalho informal hoje ajuda a faixa com menor renda, enquanto a inflação corrói a dos mais ricos. Ainda assim, conclui o estudo, o morador médio da grande Porto Alegre hoje tem uma renda 14% menor do que no período anterior à covid-19.

Fenômeno nacional – Em nível nacional, a tendência é semelhante, apesar de uma recuperação na ocupação formal observada no fim do ano passado, a renda média foi a menor da série histórica, iniciada em 2012: 1.378 reais. “Estamos chegando a um nível de desigualdade que é similar aquele anterior à pandemia, mas numa sociedade mais empobrecida, com uma renda média bem mais baixa”, resume Andre Salata, pesquisador da PUCRS e coordenador do estudo. “Está todo mundo mais pobre.”


Risco de colapso coloca Santas Casas em alerta 

 Uma mobilização nacional foi realizada por mais de 1,8 mil Santas Casas e Hospitais Filantrópicos para colocar em evidência a crise enfrentada pela maior rede hospitalar do SUS. A defasagem das receitas representa um déficit de 10,9 bilhões de reais por ano. Segundo o diretor-geral da Santa Casa de Porto Alegre, Julio Matos, a pandemia agravou a situação financeira por conta da necessidade de mais insumos, medicamentos, materiais e pessoal. A origem das dificuldades, porém, iniciou-se há mais de 20 anos. Matos revelou que o SUS paga 480 reais por leito aos hospitais. O montante subiu para 1,6 mil reais para leitos covid, quando na verdade o custo real ultrapassa os 2,8 mil reais.

CEEE Equatorial é multada após falta de luz em decorrência de temporais

Os temporais de 6 março que atingiram Porto Alegre e a Região Metropolitana geraram um prejuízo para a CEEE Equatorial. Por conta dos problemas no fornecimento de energia elétrica, a Agência de Regulação dos Serviços Públicos Delegados (Agergs) aplicou uma multa superior a 3,4 milhões de reais. Conforme a Agergs, a empresa deixou de enviar ou disponibilizar informações solicitadas pela agência no prazo e nas condições estabelecidas. A CEEE Equatorial prometeu recorrer da punição. Na ocasião, a falta de luz chegou a atingir mais de 200 mil pontos. 

Projeto de usina em Rio Grande sob risco

O projeto bilionário de uma usina termelétrica em Rio Grande sofreu um revés. O presidente do Superior Tribunal de Justiça, ministro Humberto Martins, decidiu pela manutenção da decisão da Agência Nacional de Energia Elétrica que revogou a outorga da UTE Rio Grande S/A para implementar usina termelétrica no âmbito de plano decenal de expansão do setor elétrico no país. Trata-se de parte do projeto que inclui um terminal de regaseificação e um píer para navios atracarem com gás. Por ora, segue pendente a análise do pedido de transferência da termelétrica ao grupo espanhol Cobra, que é uma solução legal para encerrar a revogação e permitir a instalação da usina. A GZH, o prefeito de Rio Grande, Fábio Branco, destacou a importância do empreendimento para o município e disse que espera reverter a decisão.

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Carta da Editora

Reizinho mandão

Idiota. Quadrúpede. Canalhas. Cala a boca. Porcaria de imprensa. Vão pra puta que pariu.

Essas são algumas das gentilezas que colegas jornalistas ouviram do presidente Jair Bolsonaro em 2021. Ao longo do ano passado, foram registrados 453 ataques contra comunicadores e meios de comunicação segundo a primeira edição do relatório de monitoramento de ataques a jornalistas no Brasil, lançada ontem, 7 de abril, Dia do Jornalista, pela Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji).

Sozinho, Bolsonaro atacou a imprensa 89 vezes no último ano, ou seja, 19,64% do total de ataques. Mas o estrago não para por aí. Quando o chefe de uma nação desrespeita a imprensa, tem muito mais gente que se sente autorizado a fazer o mesmo. Acrescentando os ataques de seus ministros, assessores, filhos com mandatos eletivos e apoiadores, chegamos a 60% do total de ataques. Inimigo declarado do jornalismo, o presidente já chegou ao ponto de sugerir tirar de circulação veículos como O Globo, Folha de S.Paulo e Estadão.

Leia aqui o texto completo da editora Marcela Donini.


Cultura

O encontro de Vitor Ramil e Angélica Freitas na “Avenida Angélica”

Reprodução: Avenida Angélica

Lá se vão mais de 10 anos desde que Vitor Ramil provou pela primeira vez o Rilke Shake de Angélica Freitas. “Nas primeiras leituras, já gostei muito e senti música nos versos. Quando voltei para casa, musiquei Vida Aérea. Depois pedi o contato da Angélica, que morava na Holanda. Não sabia nada dela, nem se me conhecia”, recorda o compositor, citando um dos poemas que integra o álbum e espetáculo audiovisual Avenida Angélica, gravado em 2021 no Theatro Sete de Abril, em Pelotas, e lançado ontem nas plataformas digitais. Saiba mais na matéria de Ricardo Romanoff.

Agenda (🔒)

Hoje
Às 20h, o Gravador Pub recebe o Relâmpago Imaginário e o show do Clube da Esquina Tributo RS.

Theatro São Pedro apresenta o espetáculo O Inverno do Nosso Descontentamento – Nosso Ricardo III, com direção de Luciano Alabarse, hoje e sábado, às 21h, e domingo, às 18h.

Sábado (9/4)
Cia La Negra Ana Medeiros apresenta, sábado e domingo, às 20h, o espetáculo Som da Madeira, com direção de Silvia Camarim, no CHC Santa Casa.

Domingo (10/4)
Às 19h, a Orquestra de Câmara da Ulbra inicia mais uma temporada da série Domingo Clássico, na Associação Leopoldina Juvenil

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Você viu?

Criado por negros alforriados em 1872, o Floresta Aurora completou 150 anos de existência. A associação, concebida 16 anos antes da abolição da escravatura, segue ativa e não deixa de causar espanto quando consideramos o contexto do Brasil naquela época. O País era o maior território escravocrata do ocidente. Em Porto Alegre, os negros libertos reuniam-se para assegurar um enterro digno aos que continuavam como escravos. Sem condições de realizarem encontros públicos, a saída era esperar a noite e fazer a reunião na Rua Concórdia, na confluência da Rua Floresta com a Aurora. Em 2020 e 2021, a Parêntese contou um pouco da história de clubes negros no RS e como se tornaram espaços de identidade e resistência.

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