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Leite é contestado pela MetSul, que alertou sobre volume de chuva extraordinário

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Leite é contestado pela MetSul, que alertou sobre volume de chuva extraordinário Governador em coletiva sobre enchente, Foto: Maurício Tonetto/Secom
Não foi por falta de aviso. Contrariando o governador Eduardo Leite (PSDB), que declarou ser inexistente a previsão do alto volume de chuvas no Rio Grande do Sul, a MetSul emitiu alertas para níveis extraordinários de precipitação poucos dias antes da tragédia que já deixou mais de 40 mortos. Em 31 de agosto, a empresa de meteorologia advertiu sobre “chuva extrema, onda de tempestades e enchentes” no início de setembro, com projeção de 300mm a 500mm de chuva na metade norte do Estado. A MetSul divulgou nota em resposta a uma entrevista do governador à GloboNews, em que o tucano disse que modelos matemáticos não previram o volume de chuvas que caiu sobre o Estado na segunda-feira. O boletim emitido pela Sala de Situação da Secretaria do Meio Ambiente e Infraestrutura do Estado no domingo, dia 3 de setembro, colocou todo o RS em “alerta”, nível mais grave entre três classificações possíveis. A previsão para a segunda-feira do temporal era de “tempo severo” para a metade Norte. O volume de chuvas previsto, contudo, era bem inferior ao estimado pela MetSul: de 60mm a 90mm, com chance de chegar aos 120mm. Na entrevista ä GloboNews, o repórter André Trigueiro se disse espantado com a surpresa de Leite, destacando que o RS é porta de entrada de eventos extremos, que já não são mais novidade – e devem se tornar cada vez mais comuns, como já alertamos aqui na Matinal. O jornalista ainda disse ao governador que não adianta manifestar surpresa toda vez que ocorre um fenômeno dessa magnitude, questionando o que o poder público vem fazendo para lidar com o “novo normal” imposto pelas mudanças climáticas. Enquanto falava, foi interrompido por Leite, que se exaltou e reclamou de “falta de empatia” por parte do repórter. Coordenador de Justiça Climática do Greenpeace Brasil, Igor Travassos também ressaltou que “não estamos lidando com um fato novo ou inesperado” e cobrou: “​​Quantos mais precisarão morrer ou perder tudo para que os governantes garantam cidades seguras para todas as pessoas?”  Sem plano de ação – Em março deste ano, em reportagem da Matinal sobre a estiagem – outro evento climático que vem castigando o RS,–, o secretário estadual da Agricultura Giovani Feltes admitiu que o Estado não estava preparado para lidar com enchentes. Questionado sobre a previsão de um El Niño em 2023, feita pela Organização Meteorológica Mundial, Feltes afirmou não haver qualquer plano de ação, à época, para defrontar tal possibilidade: “Se nós tivermos a estiagem acabando e logo ali adiante o excesso das águas, que também traz dificuldades, estaremos numa fase um pouco desafiadora”. 41 mortos e mais de 10 mil fora de casa – Até o fechamento desta edição, o número de mortes causadas pelas chuvas desta semana no RS chegou a 41.  Segundo informações da Defesa Civil, há também 25 pessoas desaparecidas nos municípios de Arroio do Meio, Lajeado e Muçum. Ao todo, as enchentes atingiram 83 cidades gaúchas e deixaram 2.944 pessoas desabrigadas, 7.607 desalojadas e 122.992 afetados. O governo federal reconheceu o estado de calamidade pública nos municípios mais atingidos, mas as vítimas de um dos piores desastres no Estado não receberam a visita do presidente Lula, que ontem […]

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