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Porto Alegre cai seis posições em ranking nacional de saneamento

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Porto Alegre cai seis posições em ranking nacional de saneamento ETA São João. (Foto: Gabriela Pedroso/PMPA)

A 15ª edição do levantamento elaborado pelo Instituto Trata Brasil mostra que Porto Alegre caiu do 43º para o 49º lugar entre as 100 maiores cidades do país. É a maior queda entre os cinco municípios gaúchos listados no levantamento, que considera os dados do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento de 2021. O atendimento de esgoto na Capital é de 91,62% e o acesso à água é universalizado, mas o tratamento total de esgoto é de pouco mais da metade das residências: 52,72%. Pelo mesmo motivo também caíram Caxias do Sul (do 62º para o 67º) e Pelotas (de 80º para 84º). Gravataí avançou quatro posições (de 92ª para 88ª) e Canoas, duas colocações (de 81ª para 79ª). 

A liderança geral é São José do Rio Preto (SP), que tem serviço público de saneamento. O que fez a cidade paulista apresentar todos os indicadores dos serviços básicos alinhados com as metas previstas pelo Marco Legal do Saneamento foram os investimentos no tratamento de esgoto. Em Porto Alegre, o Departamento Municipal de Água e Esgotos (Dmae) anda na contramão, como Matinal mostrou no final do ano passado. Segundo o Sindicato dos Municipários (Simpa), o Dmae estaria operando com menos de 60% do quadro técnico ideal, pouco mais de 1,1 mil funcionários. 

A precarização do serviço, aliás, vem de administrações anteriores. Em 2020, o Tribunal de Contas do Estado tornou público um relatório no qual descreve o resultado de três anos de inspeções feitas no órgão. No período, o nível de capacitação dos trabalhadores diminuiu, o quadro de funcionários caiu para o menor índice desde 2007 e as interrupções do abastecimento de água haviam aumentado 40% em relação ao último ano do governo anterior.

O tema merece atenção, já que a privatização de pelo menos parte do Dmae é tratada como prioridade para este ano pela gestão de Sebastião Melo (MDB). 


O que mais você precisa saber

Porto Alegre registra a mais quente média de máximas do verão – Dados do Instituto Nacional de Meteorologia apontam que Porto Alegre teve temperatura máxima média de 32,2°C ao longo dos três meses de verão, estação que se encerrou ontem à tarde. A média é a maior desde o início da série histórica, em 1961. O verão no Estado teve novamente a ocorrência do fenômeno La Niña, que deixa o tempo mais seco, provocando estiagem. Hoje, 381 municípios já declararam situação de emergência à Defesa Civil, entre eles Porto Alegre, que viu afetada principalmente a sua área rural, na zona sul. Por ora, a expectativa é de que o outono deva ser um pouco mais quente e com chuva baixo da média, ainda que mais frequente do que no verão. Contudo, a MetSul já alerta para a probabilidade da chegada antecipada do El Niño, que provoca uma tendência de aumento da chuva e da temperatura no sul do Brasil.

Ministro do Trabalho cobra esforço conjunto de empresários contra escravidão moderna – Em visita à serra gaúcha, o ministro do Trabalho, Luiz Marinho, defendeu uma ação conjunta para eliminar situações de trabalho análogo à escravidão. “Queremos que o vinho brasileiro seja orgulho e isso (o caso dos trabalhadores encontrados em situação análoga à escravidão) vem manchar a imagem do Brasil lá fora. Precisamos debater não só pela questão econômica, mas pela questão humana”, afirmou ele, na prefeitura de Bento Gonçalves, município onde mês passado 207 trabalhadores foram resgatados. Ele relacionou a terceirização como fator que desorganizou as relações de trabalho. “Queremos chamar a atenção do empresariado brasileiro para que a gente cuide das relações, dos pisos salariais”, disse Marinho, que também visitou o alojamento onde ficavam os trabalhadores em Bento.

Repasse do TJ deve garantir quase 67 mil exames oncológicos no RS – O Tribunal de Justiça repassou ao Governo do Estado 86 milhões de reais para ações na saúde. O foco da ação, formalizada ontem, será o reforço na área de oncologia do SUS. O montante vai viabilizar 66,8 mil exames e 8,8 mil cirurgias. “O direito à saúde é um dever do Estado e queremos destacar a importância do papel do SUS junto à população, sendo uma referência em termos de atendimento”, afirmou a presidente do TJ, desembargadora Iris Nogueira. Ao todo, 26 instituições estarão habilitadas a receber os recursos, entre elas o Clínicas, o São Lucas e a Santa Casa. A secretária estadual de Saúde, Arita Bergmann, destacou a intenção de diminuir o tempo de espera e monitorar a judicialização dos serviços de oncologia. Em 2022, o TJ já havia repassado 8 milhões para equipamentos e reforma de áreas que atendem pelo SUS na Santa Casa da Capital, totalizando 94 milhões de reais através do termo de cooperação entre Estado e Judiciário.


Outros links:

  • O prefeito Sebastião Melo irá vetar trecho do projeto de lei que desobrigava portas giratórias em bancos da Capital. A manutenção do equipamento era defendida por bancários.
  • A Prefeitura abriu licitação de 60 milhões de reais para recuperação asfáltica de 17 ruas e avenidas da Capital.
  • O governo do RS estuda a criação de um fundo de investimentos para subsidiar o transporte público metropolitano. Uma das ideias é criar uma bilhetagem única para todas as cidades do grupo.
  • Eleito deputado federal pelo RS e ministro de Lula, Paulo Pimenta (PT) omitiu ao TSE, nas três últimas eleições, casa em área nobre de Brasília. O ministro afirma que a casa é um patrimônio dele e da mulher e que está declarada à Receita Federal.
  • Das mais de 600 mil famílias gaúchas beneficiárias do novo Bolsa Família, 81,7% – cerca de 493 mil – são chefiadas por mulheres. O índice é levemente superior ao nacional, que é de 81,2%. No RS, Porto Alegre é a cidade com maior número de beneficiados.
  • Em meio a um período de instabilidade no mercado automotivo, a GM em Gravataí chega à marca de 4,5 milhões de carros fabricados. O complexo foi inaugurado em julho de 2000.
  • Famílias protestaram dois anos após as mortes de seis pacientes com covid-19 por falta de oxigênio em um hospital de Campo Bom. O MP acusou nove pessoas de homicídio culposo, mas a Justiça ainda analisa denúncia.
  • “É tempo de ir ao teatro”, convoca Juremir em sua coluna especial de terça-feira. Ele escreve sobre dois espetáculos que assistiu recentemente em Porto Alegre.

Da voz como instrumento de voo

Com fotos de Stella Michalski, Claudia Tajes apresenta Viridiana, multiartista que ganhou visibilidade em um projeto de 2020 e acaba de lançar um videoclipe.

Em outra vida, Viridiana ainda não conhecia todas as suas possibilidades. Até que levou para seu trabalho de produtora, cantora e compositora as muitas vivências e experiências de uma mulher trans não binária. No auge da pandemia, ela foi uma das contempladas do Edital Natura Musical 2020 e lançou o projeto Transfusão, totalmente autoral. Enquanto o mundo se resumia a lives e promessas de vacina, Viridiana se espraiou pelas plataformas com um trabalho que misturava referências da MPB com sonoridades do pop retrô dos anos 80. E pegou. 

Leia a reportagem completa aqui.


Cultura

Gangue de mulheres mascaradas vigia a moral em “Medusa”

Vitrine Filmes/Divulgação

Destaque na Quinzena dos Realizadores do Festival de Cannes e no Festival Internacional de Cinema de Toronto, Medusa (2021), está em cartaz nos cinemas. O terror dirigido por Anita Rocha da Silveira é protagonizado pela atriz Mari Oliveira, que lidera uma gangue de mulheres mascaradas que caça e pune aquelas que se desviam do que consideram o “caminho correto”. Leia a resenha de Roger Lerina.

Agenda (🔒)

Às 19h, no Teatro Carlos Carvalho da Casa de Cultura Mario Quintana, a cantora Dessa Ferreira lança o clipe Dois Mundos seguido de bate-papo com a também cantora Nina Fola.

A artista Carla Barth inaugura, às 19h, a exposição Bloco do Afeto na Galeria Ecarta, com curadoria de André Venzon.

Às 20h, o documentário Só Juntos, da ONG Parceiros Voluntários, com direção de Juliano Ambrosini, estreia na Cinemateca Capitólio.

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Você viu?

Os prejuízos provocados pelas alterações climáticas já são evidentes demais para serem negados. A boa notícia é que o mundo tem recursos e tecnologias suficientes para reduzir as emissões e mudar o sistema socioeconômico. A conclusão vem do painel do clima da ONU (IPCC, na sigla em inglês), cujo relatório-síntese foi publicado ontem. De acordo com o texto, opções de mitigação como as fontes de energia solar e eólica, infraestrutura verde urbana, melhor manejo florestal e de cultura, e redução do desperdício de alimentos são tecnicamente viáveis e cada vez mais rentáveis – a ponto de, em algumas regiões, a manutenção de sistemas de altas emissões ser mais cara do que a transição para sistemas mais limpos.

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