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Ser negro é o principal fator para abordagem policial em Porto Alegre

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Ser negro é o principal fator para abordagem policial em Porto Alegre Foto: Pedro Piegas/PMPA
Um levantamento coordenado pelo Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crimes, feito em parceria com o governo do Estado, revela que ser jovem, negro e tatuado favorece a abordagem por policiais na Região Metropolitana. O relatório final detalha oito anos de pesquisa sobre o uso de força e o cumprimento de normas por um grupo de policiais em Porto Alegre, Alvorada e Viamão. Um dos pontos expostos é a resposta de policiais militares e civis ao questionamento “Na sua atuação profissional cotidiana (…), o quanto as características abaixo são compreendidas como suspeitas a ponto de gerar uma abordagem?”. O ranking compilado a partir dos retornos mostra que as características listadas acima foram mais relevantes do que “parecer estar vendendo drogas”, que ficou no último lugar da lista. “Justamente essas características identitárias acabam tendo um peso maior do que aspectos que poderiam estar associados à prática de algum delito ou de alguma violência”, destacou a GZH Eduardo Pazinato, que coordenou a pesquisa. “Esse não é um fenômeno gaúcho, esse é um fenômeno mundial”, completa. O tenente-coronel Roberto Santos Donato, oficial da BM que atuou como contato entre os pesquisadores e o governo do Estado, afirma que o resultado se justifica pelo uso da “intuição” na atividade policial.  Pesquisa relaciona “modernização” de Porto Alegre com apagamento de territórios negros – Em tempos de planos específicos para o Centro Histórico e o 4º Distrito, uma dissertação de mestrado do Programa de Pós-graduação em Planejamento Urbano e Regional da UFRGS analisou como a estrutura urbana de Porto Alegre foi construída a partir de um processo de “higienização” de espaços antes ocupados pela população negra. A consequência foi o apagamento dessas pessoas em prol da aquisição do status de “moderno” para a cidade, conforme a pesquisadora autora do trabalho, Vitória Kramer de Oliveira. “Analisando os planos que eram imaginados para a cidade, desde 1914, mais ou menos, a gente percebe claramente um ideal de cidade que não falava obviamente de raça, mas quando se percebe na prática como esse planejamento urbano era efetivado – as reformas, a higienização –, existia um componente racial muito claro”, ressalta. Como exemplos, ela observou três acontecimentos: a construção da avenida Borges de Medeiros, onde antes havia o Beco do Poço; os campos da Redenção, que hoje oficialmente levam o nome de Parque Farroupilha; e o desmembramento da Ilhota em virtude de um plano de bairro que abriria grandes avenidas e canalizaria o Arroio Dilúvio. O trabalho pode ser lido aqui. Amyr Klink critica revitalização da orla de Porto Alegre – O velejador, empresário e escritor Amyr Klink criticou ontem em Porto Alegre a revitalização feita na Orla do Guaíba. “Para mim é uma falsa cosmética, porque esqueceram de uma ‘pequena coisa’ no projeto: dos barcos. Não tem atracadouros dentro das normas internacionais, das normas de mobilidade, de segurança. É uma cosmética que fizeram na borda. O certo era dragar a borda, abrir licitações para marinas particulares e fazer um empreendimento público”, afirmou ele, pouco antes de participar de um evento sobre hidrovias promovido pela Famurs. Ao Matinal, Klink pontuou que a […]

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