Reportagem

Melo decreta situação de emergência e pede motosseras para cortar árvores caídas

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Melo decreta situação de emergência e pede motosseras para cortar árvores caídas EEEF Dr. Martins da Costa Júnior, na zona leste, teve telhado devastado pelo vento | Foto: Clovis da Luz Marques/Morro da Cruz Historias

O terceiro evento climático extremo de 2024 deixou marcas por onde passou em Porto Alegre. No bairro São José, zona leste da cidade, uma escola que já tinha metade de sua área interditada, por conta de problemas no telhado de um dos seus prédios, teve o outro prédio ainda totalmente destelhado com a tempestade da noite de terça-feira (17). A um mês do início das aulas, a equipe da escola de ensino fundamental Dr. Martins Costa Júnior passou esta quarta-feira enviando fotos e ofícios à Coordenadoria Regional de Educação para buscar uma solução que chegue a tempo do ano letivo. 

Às 16h, o prefeito Sebastião Melo (MDB) decretou situação de emergência por causa dos estragos do temporal. Melo se reuniu com o secretariado, fez vistorias nos locais mais afetados, para acelerar trâmites de contratações e de auxílio às populações atingidas. No Twitter, pediu motosseras à população para cortar as árvores caídas, o que gerou uma série de críticas na rede social. Até as 18h, a prefeitura informou haver ao menos 450 ocorrências de árvores caídas em Porto Alegre sem incluir parques e praças.

Nesta quarta-feira, o foco foi abrir as ruas obstruídas por árvores caídas e conserto de postes – 729 mil clientes da CEEE Equatorial em Porto Alegre seguem sem luz nesta quarta. No Bom Fim, parte da Fernandes Vieira e da Henrique Dias foram interditadas. 

É o terceiro evento extremo do ano. Em 2 de janeiro, a capital registrou de 30 a 50mm de chuva em menos de uma hora, paralisando ruas e avenidas, sobretudo do centro à zona norte. Em 7 de janeiro, depois do calor de 36ºC, uma tormenta alagou diversas vias da cidade. 

Neste terceiro episódio, que iniciou por volta das 21h48, a situação foi agravada por ventanias violentas. Segundo dados da MetSul, o Aeroporto Salgado Filho e o bairro Jardim Botânico registraram rajadas de 89 km/h. As estações particulares de clubes náuticos da zona sul anotaram ventos de quase 120 km/h, e a base aérea de Canoas, 107 km/h. A chuva foi de 60 mm a 70 mm em uma hora, metade da média histórica para o mês de janeiro.

Cinco das seis estações de tratamento de água (ETA) chegaram a ser afetadas pela falta de energia elétrica e deixaram praticamente 90% da população estar sob risco de desabastecimento. Na manhã desta quinta-feira, o Departamento Municipal de Água e Esgotos (Dmae) informou que apenas a ETA Ilha estava fora de operação. Os demais sistemas, segundo o órgão, estão em fase de normalização, e o serviço deve estar a pleno ao longo do dia. O diretor-geral do Dmae recomendou que a população de Porto Alegre reduza o consumo da água pelos próximos dias.

Três postes de luz tombam no Morro da Cruz

A região próxima à escola Dr. Martins Costa, como o Campo da Tuca e o Morro da Cruz, foram também  duramente afetadas pela chuva e pelo vento. “É o caos. Crateras abertas, casas destelhadas, falta de energia. Já havíamos feito pedidos à CEEE Equatorial pelo mau estado dos postes, que estavam podres. Caíram três postes, no meio da rua, um contra o outro. A situação por aqui é bem grave”, resume a líder comunitária Nira Martins Pereira, da ONG Coletivo Autônomo do Morro da Cruz.

Segundo Nira, uma das quadras mais prejudicadas da área abriga uma creche, que foi inteiramente destelhada (saiba mais como ajudar aqui). Até ás 16h, a energia elétrica era parcial na região. Nira foi informada pela CEEE Equatorial que equipes iriam ao Morro da Cruz ainda na manhã da quarta para realizar reparos na rede, mas, até o fechamento deste texto, técnicos ainda não haviam chegado. O fornecimento de água está interrompido desde a madrugada.

A tempestade que despejou 68 mm em uma hora em diversos pontos da capital também atingiu a Casa do Artista Riograndense. A instituição perdeu as placas de energia solar, o muro e partes do telhado, tanto da residência como de áreas como varanda, lavanderia e oficina. Situado no bairro Glória, o local abriga oferece moradia, alimentação e cuidados a artistas gaúchos idosos dos mais diversos segmentos. A entidade também pede doações (saiba mais abaixo).

O alerta meteorológico segue até quinta-feira, na capital e no interior do estado, sobretudo do centro para o norte, incluindo a Região Metropolitana.

Para doar

Morro da Cruz
Pix CNPJ da Ferragem Marcofer  01.876.004/0001-09, que distribui telhas à população.
Em caso de dúvidas, entre em contato com Nira Martins Pereira pelo telefone (51) 99220-7077.

Casa do Artista Riograndense
Pix CNPJ 88.316.336/0001-09 

Garrafas de água
Leve os itens ao Centro Administrativo Municipal – Rua General João Manoel, 157 – Centro Histórico, das 9h às 17h.

Para solicitar remoção de árvores caídas:

Prefeitura – Telefone 156


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