Lojistas encaminham desocupação do viaduto Otávio Rocha
Grupo de comerciantes sinalizou “reunião positiva” com prefeitura nesta quinta-feira e saída pode ocorrer ainda neste mês
Após três meses de negociações com a Prefeitura, a Associação Representativa Cultural dos Comerciantes do Viaduto (Arccov) sinalizou acordo nesta quinta-feira para a desocupação do viaduto Otávio Rocha, que deve passar por restauração. O secretário de Administração e Patrimônio, André Barbosa, estima que a desocupação ocorrerá dentro de dez dias.
Havia impasse quanto ao destino dos comerciantes, que recusavam mudanças para o abrigo dos bondes, em frente ao Mercado Público. A participação da Associação do Comércio do Mercado Público Central de Porto Alegre (ASCOMPEC) teria sido determinante para que quatro comerciantes fossem considerados aptos para atuação dentro do Mercado Público, em local a ser definido após vistoria marcada para a sexta-feira.
Adacir José Flores, presidente da Arccov, confirmou que uma parcela dos permissionários negociou realocamento para salas no Bom Fim. A associação ainda negocia a possibilidade de uma mudança para a cafeteria da Cinemateca Capitólio. “Essa negociação só foi possível com o apoio da ASCOMPEC. Amanhã temos mais uma reunião para definir o acordo com a Prefeitura. O prazo para se resolver o impasse é de 10 a 15 dias. Agora tudo depende da agilidade do poder público”, resumiu Flores.
O acordo resolveria uma série de tensões entre a prefeitura e os comerciantes, que relataram um clima constante de ameaça, inclusive com a invasão de lojas na manhã de quarta-feira.
No total, são 36 espaços comerciais, e até 12 lojas já haviam sido desocupadas até a quarta-feira, sendo que três espaços eram de ocupação da própria Prefeitura. As negociações envolveram pressão jurídica por parte do Município, já que apenas três comerciantes apresentaram Termo de Permissão de Uso (TCU), e 29 estariam operando de forma irregular.
Ainda sem um “formato definitivo” para a ocupação após as obras, o projeto prevê explorar o “potencial turístico” e de “convivência” do viaduto, e o secretário de Desenvolvimento Econômico e Turismo, Vicente Perrone, fala em “manter os pilares cultural e histórico que ali existiam”. Entre as ações programadas está a substituição do revestimento de cirex e a instalação de câmeras para coibir pichações. As obras devem durar de 12 a 18 meses e foram orçadas em R$ 13,7 milhões, um terço do valor originalmente estipulado, pela Concrejato Serviços Técnicos de Engenharia, que venceu a licitação para cuidar de serviços desde a restauração até a conservação do viaduto.