Melo admite não ter informações sobre as vítimas fatais das enchentes em Porto Alegre

O prefeito Sebastião Melo (MDB) reconheceu nesta quinta-feira não ter detalhes sobre as mortes registradas pela Defesa Civil estadual em Porto Alegre causadas pelas enchentes. Até o balanço das 18h, eram quatro óbitos, mesmo número da véspera. As duas primeiras vítimas foram registradas na terça-feira pelo órgão estadual. 

“Essa questão é estrita à Secretaria de Segurança, do governo do estado. Nós mesmo não sabemos qual a região”, afirmou Melo. “Foi dito para nós que são quatro mortes de Porto Alegre, mas não disse qual a localidade. É um processo complexo. Se tivesse toda a informação já daria, mas está restrita ao IML e à Secretaria de Segurança.” 

À Matinal, a Defesa Civil informou que não disponibilizaria maiores detalhes no momento. Nesta quinta-feira, o órgão passou a publicar não apenas a quantidade de óbitos, como as cidades onde ocorreram – a desta quinta está disponível neste link. 

Das quatro vítimas já contabilizadas na capital, a única já identificada é Vilmar Enar Lozado. Não foi comunicada a idade que ele tinha. Ao todo, o RS já contabiliza 107 mortes relacionadas às enchentes, além de 134 desaparecimentos.

Prefeitura irá desmontar passarela para passagem de caminhões

Na mesma coletiva, Melo anunciou que a passarela de pedestres sobre a Rua da Conceição, próximo à Rodoviária, será demolida para viabilizar a passagem de caminhões no acesso provisório que está sendo instalado no local. De acordo com o prefeito, a medida é necessária para que caminhões com suprimentos passem no local. 

“Trata-se de uma questão de engenharia”, justificou. A prefeitura trata a ligação da Castelo Branco com o Centro como um “corredor humanitário”. No local, pedras rachão estão sendo colocadas em uma área de aproximadamente 300 metros de extensão. Será uma pista única operando um sentido por vez. 

A estrutura começou a ser desmontada ainda na noite desta quinta e a conclusão deve ocorrer nesta sexta-feira. Quando for reconstruída, sinalizou Melo, ela terá uma altura maior do que a atual. 

Guaíba reduz de 5m pela primeira vez na semana

Em Porto Alegre, o número de abrigados chegou a 13,1 mil. Eles estão acomodados em 140 estruturas diferentes pela cidade. Os moradores de Porto Alegre foram diretamente afetados pela cheia do Guaíba, que chegou a 5,33m no último domingo – a cota de inundação no centro é de 3m. Esta quinta, dia 9, foi o primeiro dia desde sábado que o lago baixou dos 5m. À noite, o nível estava em 4,86m. 

As condições meteorológicas, no entanto, são desfavoráveis e sugerem uma nova elevação a partir do fim de semana. Conforme o Instituto de Pesquisas Hidráulicas (IPH) da UFRGS, no repique por conta da chuva e vento, o Guaíba poderia retornar ao patamar do pico desta cheia. 

“Considerando ainda a elevada duração prevista e possibilidade de repiques da cheia, recomenda-se ainda atenção nas áreas de risco, atenção especial a população desalojada e ações imediatas na busca de soluções para restabelecimento de infraestruturas de serviços essenciais como abastecimento d’água e manejo de resíduos sólidos”, considerou o IPH, nesta quinta. 

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