Prefeitura recomenda evacuação do Sarandi; pesquisadores alertam para rompimento iminente
O início da tarde deste domingo foi marcado por um novo boato nas redes sociais sobre o rompimento do dique no bairro Sarandi – o que, em seguida, foi negado pela prefeitura. Conforme a comunicação do município, houve um novo extravasamento no local, situação que se repete desde a véspera, mas não rompimento: “As equipes trabalharam intensamente nos últimos dias para elevar o nível da estrutura, com enchimentos e pedras. Os técnicos seguem no local e a prefeitura está com uma força-tarefa para acolher as famílias da região”, disse a nota. Entretanto, às 16h20, o DMAE, por meio de sua conta no Instagram, publicou nova nota alertando que “a região pode ser inundada a qualquer momento”. A publicação informa que é “urgente que todos os moradores do bairro Sarandi deixem suas casas”.
Mesmo sem ter sido rompido, o momento é de perigo. À Matinal, o Instituto de Pesquisas Hidrológicas (IPH) da UFRGS considerou a situação gravíssima e recomendou a evacuação do bairro, um dos mais populosos de Porto Alegre. “Com o extravasamento descontrolado existe risco de rompimento por erosão a qualquer momento. A população do bairro Sarandi (e região) deve buscar abrigo em regiões mais elevadas, evitando circulação próximo do dique, imediatamente”, ressaltou o IPH, às 15h20, ainda antes do anúncio de evacuação da prefeitura.
Na manhã deste domingo, o nível do Guaíba chegou a 5,30m. Às 13h45, a régua apontava uma leve redução, em 5,28m. Ao meio-dia deste domingo, o IPH alertava para uma cheia duradoura, com o nível d’água em torno ou acima de 5 metros por mais quatro dias. “As principais preocupações agora são a duração dos níveis elevados e as possibilidades de repiques em função de novas chuvas ou efeito do vento”, diz o informe do IPH. Não havia previsão de vento sul, que represa o Guaíba, para os próximos dias.
O prefeito de Porto Alegre, Sebastião Melo (MDB), recomendou que quem tenha condições de sair de Porto Alegre, o faça, por conta das águas. Ao Jornal do Comércio, ele reiterou que não existe uma previsão sobre quando o abastecimento de água será retomado na cidade. Segundo o Dmae, de seis estações de tratamento de água, quatro (Ilhas, Moinhos de Vento, São João e Tristeza) estão paradas e as outras duas (Menino Deus e Belém Novo) operam com a capacidade reduzida.
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