PT de Porto Alegre reabre debate sobre pedido de filiação de Marcelo Sgarbossa
Vereador teve volta ao partido barrada após pedido de suplentes. Executiva fará novas reuniões sobre o caso semana que vem
O processo de impugnação da filiação do vereador Marcelo Sgarbossa será reiniciado na executiva municipal do PT de Porto Alegre. Atendendo a um pedido do parlamentar, o diretório vai reabrir o caso, ouvindo os argumentos dele, em reunião na próxima segunda-feira. O objetivo dos petistas é resolver a questão ainda em fevereiro.
Na última semana, a executiva da Capital havia decidido acatar os pedidos dos suplentes a vereador Adeli Sell e Everton Gimenis pela impugnação da filiação de Sgarbossa, que tentava retornar ao partido às vésperas de ser empossado na Câmara – ele foi alçado à condição de titular da vaga depois de ter ficado como suplente do PT nas eleições de 2020, por conta das saídas de Laura Sito e Leonel Radde, eleitos deputados estaduais. Desde o pleito de 2020 para cá, contudo, trocou de partido.
“Houve um erro processual na interpretação do estatuto, que dizia da questão do direito de defesa”, comentou a presidente do PT de Porto Alegre, Maria Celeste de Souza, ao Matinal. Conforme ela, em uma nova reunião, a executiva vai abrir espaço para os argumentos do vereador. Num segundo encontro, Adeli e Gimenis também terão a oportunidade de se manifestar. Só depois de ouvidas as partes que então o diretório deve tomar uma decisão – cujo resultado poderá ser contestado nas instâncias estadual e federal do partido.
“Queremos resolver isso rapidamente, não queremos protelação, inclusive porque de qualquer forma está mantida a decisão da vaga para o PT: como ele se encontra sem partido, temos 30 dias para requerer a vaga (na Câmara) para o PT”, explicou Celeste. “Precisamos ter celeridade no processo.”
Passada uma semana da primeira decisão de impugnar a filiação de Sgarbossa, de acordo com ela, o assunto permanece dividindo os correligionários: “Sem novos argumentos, a votação municipal permaneceria a mesma hoje”, projetou Celeste, em referência ao placar apertado da reunião anterior.
Saída em 2022 motiva pedido
Diante da situação, Sgarbossa foi empossado vereador na última semana sem estar ligado a algum partido. Militante do PT havia mais de 15 anos, o advogado trocou a sigla pelo PV em 2022. Segundo ele, o motivo principal seria uma “missão” para ajudar no apoio dos verdes à candidatura de Edegar Pretto ao Governo do Estado – versão contestada pela presidente do PT em Porto Alegre.
Por conta da saída, Adeli Sell e Everton Gimenis protocolaram pedido de impugnação da filiação de Sgarbossa, o que foi aprovado pela executiva na semana passada. Caso seja mantida, a decisão pode levar Sgarbossa a perder o mandato de vereador, por conta do entendimento da Justiça de que a vaga pertence ao partido em eleições proporcionais. Desta forma, Adeli assumiria como vereador e Gimenis ficaria com a primeira suplência da bancada.