Secretário evita dar novo prazo para reabertura do Gasômetro
Centro cultural em Porto Alegre está fechado desde 2017 e reforma já custa 71% mais cara
Fechada há mais de cinco anos, a Usina do Gasômetro está sem data para reabrir. A última expectativa frustrada da prefeitura de Porto Alegre era inaugurá-la parcialmente para o aniversário da cidade, em março, o que acabou descartado.
Sem instalação elétrica e sem Plano de Prevenção e Proteção Contra Incêndio (PPCI), o espaço tem restrições para operar. Além disso, a laje sobre o teatro Elis Regina não está pronta. Em entrevista ao Matinal, o secretário municipal de Obras e Infraestrutura, André Flores, informou que o edital para o projeto elétrico está atrasado. “A nossa expectativa até era que já tivesse saído. Acredito que até o final de semana, início da próxima, deve estar saindo”, projetou.
Como o prazo de conclusão da parte elétrica é de até 90 dias, já não seria mais possível garantir que as portas do Gasômetro seriam abertas até julho, previsão que chegou a ser considerada em março pelo Município.
Inicialmente previsto para reabrir em março de 2021, o Gasômetro não tem mais data certa para ser devolvido à população. Depois de tanto vai e vem, Flores evita dar novo prazo para a reinauguração: “Esperamos que, em julho, a gente tenha concluído as obras pesadas de engenharia, mas a usina só vai funcionar pontualmente, com eventos que puderem funcionar com energia provisória (geradores) e PPCI provisório. Até que a gente tenha concluído a licitação da parte elétrica, eu não me arriscaria a dizer um prazo. Acredito que até o final do ano com certeza… Assim, com certeza é muito pesado… Até o final do ano, nós vamos estar, muito provavelmente, com a usina funcionando a pleno”, afirmou. O contrato com o Consórcio RAC/Arquibrasil, executora da obra, tem vigência até setembro.
Para além da questão elétrica, o ponto mais “sensível”, de acordo com o secretário, é a laje sobre o teatro e que sustenta o terraço e está sendo trocada. “A última atividade realizada na Usina antes de ela ser interditada foi porque a laje balançou, demonstrou que não tinha estabilidade e segurança. Ao recolocar a laje, foram encontradas dificuldades que não eram esperadas”, explicou. “Mas agora encontramos a solução que eu espero que seja definitiva e que não venham mais surpresas.”
Contrato está 71% mais caro
Enquanto os prazos são adiados, a obra segue encarecendo. Em 19 de abril, o contrato recebeu um novo aditivo, publicado nesta semana no Diário Oficial. Com quase R$ 200 mil a mais, referente a atualizações de preços de materiais, o contrato agora ultrapassa os R$ 19,5 milhões, praticamente 71% maior do que o valor previsto inicialmente, de R$ 11,4 milhões.
Em outubro de 2021, o Matinal mostrou que, já em 2019, na gestão de Nelson Marchezan Junior (PSDB), servidores do município alertavam o Executivo sobre problemas, inclusive relacionados à laje do teatro e ao projeto elétrico, que poderiam resultar em acréscimos no orçamento final – a estimativa, na época, era justamente até 71% mais caro.
Fechada desde novembro de 2017 por falta de atualização do PPCI, a Usina deve receber melhorias nas estruturas do prédio, qualificação das áreas para atividades culturais, novos banheiros e elevadores, além de novas redes elétrica e hidráulica e acessibilidade em todos os espaços. Está prevista a reabertura do terraço do 4° pavimento para o público, com um restaurante no local, além de mudança no cinema, que passará do terceiro andar para o térreo. A fachada já recebeu nova pintura.