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Cláudia Laitano: GUERRA CULTURAL

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Cláudia Laitano: GUERRA CULTURAL “Se a quase totalidade dos brasileiros já incorporou este novo termo da novilíngua às discussões envolvendo o tema, esta batalha da guerra cultural já foi vencida por revolucionários tribalistas.” (@_sdhvana, no Twitter, em 1 de julho) “O ódio ao PR faz muita gente esquecer da desgraça que era antes do governo atual, mesmo com os problemas que ele tem. É a militância de sempre, a guerra cultural. Se depender da lacração, o BR continuará a mesma porcaria que sempre foi. A resistência é contra o progresso.” (@iPaulohs_1, no Twitter, em 1 de julho) “Mudam os anéis, mas segue a mesma a mão que empurra o MEC na direção de uma guerra cultural que não existe. Vélez e Weintraub foram desastrosos para a Educação, mas o problema supremo chama-se Jair Messias Bolsonaro. Há ministro novo, mas a estupidez é a mesma de sempre.” (JFMargarida, no Twitter, em 25 de junho) “Mário Frias em live com Dudu Bolsonaro fez de tudo para agradar ao patrão. Disse: Jamais me candidatarei a cargos políticos. Artista não precisa de esmola com auxílio de 600 reais, ele precisa é trabalhar. Não podem existir barões da Lei Rouanet. É mais um na guerra cultural.” (@GugaNoblat, no Twitter, em 28 de junho) Definição: Conflito entre grupos que reivindicam o domínio de seus valores, crenças e práticas sobre toda sociedade. Geralmente se refere a tópicos a respeito dos quais há desacordo e polarização – como aborto, homossexualidade, pornografia, multiculturalismo e outros conflitos culturais baseados em valores, moralidade e estilo de vida, sendo descritos como principal fator para a divisão política.  Quem usou:  “A guerra cultural é frequentemente citada como um modelo ‘importado’ dos Estados Unidos. Em 1989, a Universidade Stanford tentou alterar o currículo de um dos cursos de cultura ocidental, que passaria a incluir autores como a indígena guatemalteca Rigoberta Menchú Tum, que recebeu o Prêmio Nobel da Paz, em 1992. Republicanos reagiram à inclusão ao denunciar, na imprensa americana, a derrocada da cultura ocidental. Na época, uma exposição sobre o universo underground gay do fotógrafo americano Robert Mapplethorpe na Corcoran Gallery of Art, em Washington, foi censurada após protestos. ‘Qualquer semelhança com a polêmica do fechamento da exposição Queermuseu não é mera coincidência’, escreveu o jornalista Maurício Meireles em artigo para a Folha. O contexto americano foi analisado pelo sociólogo James Davison Hunter no livro Cultural Wars, lançado nos Estados Unidos em 1991 e inédito no Brasil. A expressão é pano de fundo do discurso quando se usam outros jargões como ‘doutrinação ideológica’, ‘ideologia de gênero’, ‘globalismo’ e ‘marxismo cultural’, acirrando posicionamentos sobre a expressão da sexualidade, religiosidade, raça e comportamento, a partir de valores morais: de um lado, estariam os conservadores; de outro, os progressistas.” (Nexo, em 10 de março de 2019) “A guerra cultural bolsonarista, que se beneficia de uma técnica discursiva, a retórica do ódio, ensinada nas últimas décadas por Olavo de Carvalho, conduzirá inexoravelmente o país ao caos social, à paralisia da administração pública e ao déficit cognitivo definidor do analfabetismo ideológico, conceito […]

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“Se a quase totalidade dos brasileiros já incorporou este novo termo da novilíngua às discussões envolvendo o tema, esta batalha da guerra cultural já foi vencida por revolucionários tribalistas.” (@_sdhvana, no Twitter, em 1 de julho) “O ódio ao PR faz muita gente esquecer da desgraça que era antes do governo atual, mesmo com os problemas que ele tem. É a militância de sempre, a guerra cultural. Se depender da lacração, o BR continuará a mesma porcaria que sempre foi. A resistência é contra o progresso.” (@iPaulohs_1, no Twitter, em 1 de julho) “Mudam os anéis, mas segue a mesma a mão que empurra o MEC na direção de uma guerra cultural que não existe. Vélez e Weintraub foram desastrosos para a Educação, mas o problema supremo chama-se Jair Messias Bolsonaro. Há ministro novo, mas a estupidez é a mesma de sempre.” (JFMargarida, no Twitter, em 25 de junho) “Mário Frias em live com Dudu Bolsonaro fez de tudo para agradar ao patrão. Disse: Jamais me candidatarei a cargos políticos. Artista não precisa de esmola com auxílio de 600 reais, ele precisa é trabalhar. Não podem existir barões da Lei Rouanet. É mais um na guerra cultural.” (@GugaNoblat, no Twitter, em 28 de junho) Definição: Conflito entre grupos que reivindicam o domínio de seus valores, crenças e práticas sobre toda sociedade. Geralmente se refere a tópicos a respeito dos quais há desacordo e polarização – como aborto, homossexualidade, pornografia, multiculturalismo e outros conflitos culturais baseados em valores, moralidade e estilo de vida, sendo descritos como principal fator para a divisão política.  Quem usou:  “A guerra cultural é frequentemente citada como um modelo ‘importado’ dos Estados Unidos. Em 1989, a Universidade Stanford tentou alterar o currículo de um dos cursos de cultura ocidental, que passaria a incluir autores como a indígena guatemalteca Rigoberta Menchú Tum, que recebeu o Prêmio Nobel da Paz, em 1992. Republicanos reagiram à inclusão ao denunciar, na imprensa americana, a derrocada da cultura ocidental. Na época, uma exposição sobre o universo underground gay do fotógrafo americano Robert Mapplethorpe na Corcoran Gallery of Art, em Washington, foi censurada após protestos. ‘Qualquer semelhança com a polêmica do fechamento da exposição Queermuseu não é mera coincidência’, escreveu o jornalista Maurício Meireles em artigo para a Folha. O contexto americano foi analisado pelo sociólogo James Davison Hunter no livro Cultural Wars, lançado nos Estados Unidos em 1991 e inédito no Brasil. A expressão é pano de fundo do discurso quando se usam outros jargões como ‘doutrinação ideológica’, ‘ideologia de gênero’, ‘globalismo’ e ‘marxismo cultural’, acirrando posicionamentos sobre a expressão da sexualidade, religiosidade, raça e comportamento, a partir de valores morais: de um lado, estariam os conservadores; de outro, os progressistas.” (Nexo, em 10 de março de 2019) “A guerra cultural bolsonarista, que se beneficia de uma técnica discursiva, a retórica do ódio, ensinada nas últimas décadas por Olavo de Carvalho, conduzirá inexoravelmente o país ao caos social, à paralisia da administração pública e ao déficit cognitivo definidor do analfabetismo ideológico, conceito […]

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